Entre junho de 2020 e maio de 2021, mais de 100.000 americanos morreram de overdose, ou seja, mais que o dobro dos falecidos em acidentes de trânsito ou por armas de fogo, e cerca de dois terços destas mortes foram provocadas por opioides sintéticos, adverte o documento.
Atualmente, a principal causa da epidemia de opioides é o tráfico de fentanil, um opioide que é até 50 vezes mais potente do que a heroína e afeta principalmente pessoas de 18 a 45 anos, diz a comissão.
O tráfico de drogas sintéticas não só mata dezenas de milhares de americanos ao ano mas "no México, onde é produzida ou por onde transita a grande maioria destas drogas, o narcotráfico também contribui para a corrupção, desafia a segurança do Estado e alimenta a violência extrema", denuncia.
O México é "a principal fonte deste fentanil ilícito e seus análogos" e os cartéis o produzem em laboratórios clandestinos, com ingredientes (precursores químicos) provenientes em grande parte da China, adverte o texto.
O relatório destaca que os traficantes o escondem em quantidades difíceis de detectar em pacotes, veículos e pessoas e o passam como contrabando através da fronteira com os Estados Unidos.
Isto o torna "altamente rentável" para os traficantes, "mais do que a heroína".
"Em parte por sobrevivência e em parte porque o problema do tráfico transcende a capacidade atual de fazer cumprir a lei, (o México) adotou recentemente uma abordagem de 'abraços, não tiros' para abordar os grupos criminosos transnacionais", mas esta política - adverte a comissão - não permitiu enfrentar os problemas do tráfico "e são necessários mais esforços".
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, considera que combater a violência com violência não funciona e promove, ao contrário, uma política de programas sociais.