Essas etapas fazem parte de um processo de meses de alinhamento do enorme espelho dourado do observatório que os astrônomos esperam que ajude a desvendar os mistérios do início do universo.
A primeira fotografia enviada do cosmos é mais do que impressionante. São 18 pontos brancos difusos em um fundo preto, todos mostrando o mesmo alvo: HD84406, uma estrela solitária e brilhante na constelação da Ursa Maior.
A estrela, no entanto, representa um grande passo. Os 18 pontos foram capturados pelo espelho principal em 18 segmentos individuais, e a imagem agora é a base para alinhar e focar essas peças hexagonais.
A luz refletiu em segmentos do espelho secundário do Webb, um objeto arredondado localizado no final de braços longos, e em seguida em um instrumento da Câmera Infravermelha Próxima (NIRCam, na sigla em inglês), o principal dispositivo de imagens do telescópio.
"Toda a equipe do Webb está em êxtase com o quão bem estão indo as primeiras etapas para a captura de imagem e alinhamento do telescópio", afirmou Marcia Rieke, pesquisadora principal do NIRCam e professora de astronomia da Universidade do Arizona, em um comunicado.
"Estamos muito felizes em ver que a luz é capturada pelo NIRCam."
O processo de captura de imagem começou em 2 de fevereiro, quando o Webb apontou para diferentes posições em torno da localização prevista da estrela.
E embora a busca inicial do Webb cobriu uma área do céu equivalente em tamanho à lua cheia, os pontos estão todos localizados perto do centro, o que significa que o observatório já está relativamente bem posicionado para seu alinhamento final.
Para ajudar no processo, a equipe também tirou uma selfie com uma lente especial na NIRCam, em vez de uma câmera externa.
Anteriormente, a Nasa havia relatado que tirar uma selfie não era possível, o que fez com essa notícia desse uma satisfação especial para os fãs do espaço.
"Acho que a reação foi mais ou menos 'uau'", declarou Lee Feinberg, diretor do Webb Optical Telescope Element, a repórteres durante uma conversa por telefone, explicando que a equipe não tinha certeza se era possível obter tal imagem usando apenas a luz de estrelas.
O observatório de US$ 10 bilhões foi lançado ao espaço da Guiana Francesa em 25 de dezembro e agora está em uma órbita alinhada com a Terra ao redor do Sol, a cerca de 1,5 milhão de quilômetros do nosso planeta, em uma região do espaço chamada de segundo ponto de Lagrange.
O Webb começará sua missão científica neste verão, que inclui usar seus instrumentos de alta resolução para voltar no tempo 13,5 bilhões de anos até a primeira geração de galáxias que se formaram após o Big Bang.
A luz visível e ultravioleta emitida pelos primeiros objetos luminosos foi esticada pelo Universo em expansão, chegando hoje na forma de infravermelho, que o Webb está equipado para detectar com clareza sem precedentes.
Sua missão também inclui um estudo de planetas distantes, conhecidos como exoplanetas, para determinar sua origem, evolução e habitabilidade.
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