Jornal Estado de Minas

HAIA

Comboios contra restrições sanitárias tomam Haia e Paris

Uma marcha de comboios de pessoas contrárias às medidas sanitárias contra a covid-19 bloqueou o centro de Haia, no sul da Holanda, neste sábado (12), enquanto em Paris a polícia usou gás lacrimogêneo e aplicou multas para dispersar os veículos, em protesto similar.



Inspirado na mobilização de caminhões que bloqueou a capital canadense, o movimento reuniu centenas de veículos em frente à sede do governo holandês, segundo estimativa da televisão pública.

Os manifestantes começaram a chegar de madrugada em caminhões, carros e tratores, inclusive em caravanas, determinados a desafiar a ordem policial de esvaziar o centro até 15h30 (11h30 em Brasília).

O comboio continuará avançando "até que se estabeleça uma mudança fundamental que seja duradoura", disseram os organizadores em comunicado, pedindo o fim de todas as restrições ligadas à pandemia.

"Por enquanto, ficamos aqui e vamos ver o que acontece", disse à AFP Rutger van Lier, um empresário de 46 anos que participa do protesto.

Ele destacou que essa ação foi inspirada na mobilização no Canadá.

Outros manifestantes disseram que vão até Bruxelas, ou Paris, onde há movimentos similares.

Esta foi a marcha mais recente de uma série de protestos contra as restrições sanitárias na Holanda. Em janeiro do ano passado, já haviam ocorrido distúrbios, que se repetiram em novembro em cidades como Haia e Roterdã.



- Na França, multas e gás lacrimogêneo para conter comboios

Na capital francesa, Paris, a polícia francesa usou com gás lacrimogêneo para dispersar, neste sábado, os manifestantes que participaram dos comboios contra as restrições anticovid na Avenue des Champs-Élysées, observou um jornalista da AFP.

Milhares de pessoas contrárias ao passe de vacinação, em caravanas convocadas sob o nome "comboios da liberdade", partiram de toda França, rumo a Paris, desafiando a proibição de participarem de protestos que provocassem bloqueios na capital.

Por volta das 14h locais (10h em Brasília), uma centena de veículos conseguiu chegar à Champs-Elysées, uma das avenidas mais famosas do mundo, onde passageiros e pedestres agitavam bandeiras aos gritos de "liberdade".

Para dispersá-los, a polícia disparou gás lacrimogêneo, em cenas que evocaram os confrontos de 2018 e 2019 com os "coletes amarelos".

As forças de segurança retiraram os pedestres que rodeavam o Arco do Triunfo e foram encurralando os manifestantes em direção aos jardins que ficam no outro lado da avenida.

Segundo a polícia, 337 pessoas foram multadas até as 14h30 (hora local) por "participarem de uma manifestação não autorizada".

Muitos motoristas circularam dois ou três dias antes de chegar a Paris e acamparam na sexta-feira na entrada da capital.