"Vladimir Putin e Emmanuel Macron discutiram [...] especulações provocativas relacionadas com uma suposta 'invasão' russa da Ucrânia, que é acompanhada de entregas significativas de armamentos modernos para este país", disse a Presidência russa em comunicado.
O Kremlin considera que essas acusações e esses meios militares criam "as condições para possíveis ações agressivas das forças ucranianas em Dombass", uma região no leste da Ucrânia onde a Rússia apoia separatistas armados há oito anos.
Putin voltou a reclamar que os Estados Unidos e a OTAN se neguem a aceitar "as iniciativas russas" para diminuir as tensões, ou seja, que a Aliança Atlântica ofereça garantias de que não se expandirá para o leste, nem vai incorporará a Ucrânia, e que opere retiradas de seus meios militares na Europa Ocidental.
O Kremlin também acusou Kiev, mais uma vez, de torpedear o processo de paz na guerra de Dombass.
"A falta de vontade dos países ocidentais líderes para pressionar as autoridades de Kiev a cumprirem os acordos de Minsk também foi destacada", completou a Presidência russa.
Na conversa deste sábado, o presidente francês disse ao colega russo, por sua vez, que "um diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar" na fronteira da Rússia com a Ucrânia.
Tanto Macron quanto Putin "expressaram a vontade de continuar o diálogo" para implementar os acordos de Minsk sobre a região separatista pró-russa de Dombass (leste da Ucrânia) e sobre "condições de segurança e de estabilidade na Europa", especificou o Palácio do Eliseu, após um telefonema de 1 hora e 40 minutos entre os dois líderes.
Macron ressaltou, contudo, que os ocidentais estão "decididos a reagir", se as Forças Armadas russas lançarem uma operação na Ucrânia, declarou a Presidência francesa.
Ele também "transmitiu as preocupações de seus parceiros e aliados europeus", acrescentou a mesma fonte.
A discussão entre Macron e Putin é a continuação do encontro de cinco horas entre ambos, na última segunda-feira (7), no Kremlin. No dia seguinte, o líder francês viajou para Kiev, onde se reuniu com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. Depois, Macron embarcou rumo a Berlim.
O Eliseu indicou que esta viagem diplomática atingiu seu "objetivo", ao permitir "avançar" para reduzir a tensão entre Rússia e Ucrânia.
MOSCOU