O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou neste sábado (12/2) o que chamou de "provocações" dos Estados Unidos sobre a Ucrânia durante um telefonema com seu contraparte francês, Emmanuel Macron, e falou com o líder americano, Joe Biden, no momento em que Washington teme uma ofensiva iminente contra a Ucrânia.
A possibilidade de uma guerra está fazendo muitos países ocidentais aconselharem seus cidadãos a deixarem a Ucrânia. Neste sábado, a Rússia também aumentou a preocupação internacional, ao admitir que está reduzindo seu pessoal diplomático em Kiev, devido a "provocações" da Ucrânia e de países ocidentais.
Em meio a este alerta generalizado, a diplomacia se intensifica neste fim de semana.
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Na conversa, Biden destacou que "enquanto os Estados Unidos continuam preparados para se dedicar à diplomacia, em total coordenação com seus aliados e parceiros, estamos igualmente preparados para outros cenários", informou a Casa Branca em nota.
Sem mudanças fundamentais
O telefonema "foi profissional e substantivo e durou mais de uma hora, (mas) não houve uma mudança fundamental sobre o que se está desenvolvendo há várias semanas", disse a jornalistas um alto funcionário americano, que pediu para não ser identificado.Pouco antes, Putin denunciou "especulações provocativas sobre uma suposta 'invasão russa' da Ucrânia" durante uma ligação com seu colega francês, Emmanuel Macron.
Putin criticou as "entregas em larga escala de armas modernas" à ex-república soviética, que criam "condições para possíveis ações agressivas das forças ucranianas" no leste do país, onde separatistas pró-Rússia controlam a região há oito anos.
Macron, por sua vez, alertou que "um diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar" na Ucrânia, informou a presidência francesa.
A declaração assegurou que ambos os líderes queriam "continuar o diálogo" sobre "condições de segurança e estabilidade na Europa" e paz na Ucrânia, embora reiterasse a "determinação de reagir" se Putin "decidir intervir na Ucrânia".
A conversa ocorreu após uma reunião em Moscou na segunda-feira, na qual Macron achou que havia "progredido" na redução das tensões.
Manter a calma
Na sexta-feira, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que a ofensiva é uma "possibilidade muito, muito real".As autoridades americanas não descartam que a Rússia tome essa decisão mesmo durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que terminam em 20 de fevereiro.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse no sábado que os comentários dos EUA eram muito alarmistas, embora reconhecesse o risco de uma invasão.
"Todas essas informações estão causando pânico e não estão nos ajudando", disse o líder ucraniano.
De fato, milhares de manifestantes protestaram em Kiev, dizendo que se recusavam a entrar em pânico.
"O pânico é inútil. Devemos nos unir e lutar por nossa independência", disse a estudante Maria Shcherbenko.
Sair do país
A lista de países que pedem a saída de seus cidadãos continua crescendo, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Canadá, Noruega, Austrália, Japão e Israel.A companhia aérea holandesa KLM suspendeu seus voos para a Ucrânia no sábado "até novo aviso".
O Ministério da Defesa russo disse que sua Marinha expulsou um submarino dos EUA de suas águas no Oceano Pacífico.
Neste sábado, a Rússia começou novas manobras navais no mar Negro para "defender a costa marítima da península da Crimeia", anexada em 2014, de potenciais ameaças.
Nos últimos dias, a Rússia também está fazendo manobras em Belarus, nas fronteiras da União Europeia e da Ucrânia. Para os países ocidentais, todos esses exercícios são particularmente preocupantes porque cercam o território da Ucrânia militarmente.