Centenas de manifestantes inspirados no movimento "Comboio da Liberdade" do Canadá dançaram na lama, ao som das canções do americano Barry Manilow, levando as autoridades a tentarem forçar sua saída.
Em entrevista à Television New Zealand, o vice-primeiro-ministro Grant Robertson disse que há um "elemento triste" no protesto, que entrou hoje em seu sexto dia.
"Todo o neozelandês tem o direito de protestar pacificamente. O problema é que eles foram muito além disso", afirmou.
"A retórica destes protestos é preocupante (...) há um elemento triste, há um elemento de teoria da conspiração que absorveu as pessoas", acrescentou.
Assim como os caminhoneiros canadenses em Ottawa, os manifestantes da Nova Zelândia se opõem às severas restrições sanitárias anticovid-19 e pedem o fim da vacinação obrigatória contra o coronavírus.
Na quinta-feira (10), a polícia prendeu 122 pessoas, na tentativa de encerrar o protesto, mas a medida apenas reforçou a determinação dos manifestantes.
A polícia então parou de fazer detenções e, em vez disso, tentou fazê-los desistir abrindo os irrigadores do jardim. Com isso, a única coisa que conseguiram foi transformar o jardim da sede parlamentar em um lamaçal antes da chegada do ciclone Dovi.
O superintendente Scott Fraser disse que a polícia continua "explorando opções para resolver" a questão, enquanto o líder parlamentar Trevor Mallard disparou nos manifestantes músicas de Barry Manilow, "La Macarena" e mensagens do governo sobre a covid-19.
O cantor britânico James Blunt comentou sobre a estratégia no Twitter, dizendo à polícia neozelandesa: "me avise se isso não funcionar".
No domingo à tarde, "You're Beautiful" de Blunt, foi incluída na "playlist".
Os manifestantes sufocaram a música do governo com suas canções favoritas, como "We're Not Gonna Take It", da banda de heavy metal Twisted Sister.
Enquanto isso, ventos de até 130 quilômetros por hora atingiram Wellington e outras partes da Nova Zelândia, levando a polícia a pedir à população que evite viagens desnecessárias. Muitas estradas ficaram bloqueadas por deslizamentos de terra, ou inundações.
WELLINGTON