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Estado de Minas VALÊNCIA

'El buen patrón' triunfa no Goya


13/02/2022 15:06

Chegou como favorito e cumpriu as expectativas: "El buen patrón" levou seis Prêmios Goya e reinou na festa, que marcou o reencontro do cinema espanhol com o público e da qual "Madres paralelas", de Pedro Almodóvar e Penélope Cruz, saíram de mãos vazias.

A fina sátira ao capitalismo de Fernando León de Aranoa conquistou as principais categorias, incluindo melhor direção, roteiro original e ator principal para Javier Bardem. Ficou, no entanto, longe do recorde de 20 indicações, com o qual chegou a Valência, sede, pela primeira vez, do mais importante festival do cinema espanhol.

"Vamos embora muito felizes", disse o cineasta madrileno, que compensou, assim, a decepção de terça-feira, quando o filme ficou de fora dos indicados ao Oscar de melhor filme internacional.

Apesar de ter oito de seus intérpretes indicados, o único vencedor foi Javier Bardem, grande favorito por seu trapaceiro e tóxico Julio Blanco.

Bardem compartilhou sua estatueta com a mulher, Penélope Cruz, que desta vez ficou sem aquele que teria sido seu quarto Goya de melhor atriz.

"Quero dedicar este prêmio a Penélope, a mulher que amo, admiro e celebro todos os dias. Te amo, muito", declarou-se Javier, do palco, antes de fazer uma sensível homenagem a sua mãe, a atriz Pilar Bardem, falecida em julho.

"Com todo o coração, a uma mulher que me à luz, que me ensinou a viver, que me ajudou a sobreviver, que me ensinou o amor, a paixão e o respeito por este belo trabalho", afirmou, emocionado.

Desta vez, porém, a alegria não pôde ser completa, já que os acadêmicos escolheram o trabalho de Blanca Portillo, e não o de Cruz em "Madres Paralelas".

Muito querida pelo público e ainda sem Goya até então, Portillo conseguiu sua primeira estatueta, graças à sua aplaudida atuação como viúva de uma vítima do grupo separatista basco ETA, em "Maixabel". Dirigido por Icíar Bollaín, o filme levou três prêmios.

Outro grande vencedor da noite foi "Las leys de la frontera", que somou cinco Goyas, incluindo melhor roteiro adaptado e ator revelação.

- Quase como antes -

Com a queda dos indicadores da pandemia da covid-19, a Academia concebeu esta gala, que saía de Madri pela quinta vez, como um reencontro da família do cinema espanhol, após a austera edição do ano passado. Nela, Antonio Banderas foi o anfitrião sóbrio de uma cerimônia realizada de um teatro vazio em Málaga (sul) e com o país ainda dominado pelo coronavírus.

Desta vez, o clima foi muito diferente, chegando a lembrar, às vezes, a tão sonhada "antiga normalidade". Estavam de volta o nervosismo dos indicados, o tapete vermelho, a música e os discursos ao vivo. Ainda assim, a máscara se manteve obrigatória em um ambiente com capacidade inferior à dos outros anos.

Uma grande novidade da festa foi a entrega do primeiro Goya Internacional, que a atriz australiana Cate Blanchett ganhou das mãos de Penélope Cruz e de Pedro Almodóvar. Em breve, eles trabalharão juntos no que será o primeiro longa em inglês do aclamado diretor espanhol vencedor do Oscar.

O prêmio de melhor filme ibero-americano foi para o documentário chileno "La Cordillera de los Sueños", de Patricio Guzmán. Com ele, o Chile se coloca como o segundo país da região com mais estatuetas, atrás da Argentina, grande vencedora com 18 Goyas, desde que estes prêmios começaram a ser concedidos, em 1987.


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