"O lado afegão prometeu ao nosso ministro da Energia, Ali Akbar Mehrabian, permitir que a água do rio flua, mas tal promessa não é suficiente. Exigimos que o Afeganistão cumpra a cota de água prevista no tratado bilateral de 1973", apontou o funcionário encarregado dos rios de fronteira no ministério, Jabar Vatan Fada, às câmeras de televisão estatal iraniana.
A região da fronteira sudeste do Irã sofre há muito tempo com secas frequentes. O rio Helmand nasce na montanha Baba Yaghma (centro do Afeganistão), atravessa a fronteira e irriga cerca de 140.000 hectares dedicados à agricultura.
"De acordo com os termos do referido tratado, a água deve fluir continuamente, mas as restrições aplicadas pela outra parte (afegã) reduziram significativamente seu fluxo (para o Irã). Mantemos nossas exigências", acrescentou o funcionário iraniano. O Ministério das Relações Exteriores do Irã lembrou em 2021 que sua cota era de 26
No final de janeiro, aldeões iranianos atacaram caminhões dirigidos por afegãos no sudeste do país, reivindicando sua parte no fluxo do rio Helmand, segundo a agência de notícias oficial IRNA.
No ano passado, o ex-presidente afegão, Ashraf Ghani, deposto pelo Talibã, anunciou que seu país não forneceria mais água "suplementar" ao Irã de graça, mas a venderia em troca de petróleo.
Baseando-se no tratado, o Irã rejeitou essa proposta, enquanto a questão da água continua sendo fonte de tensão entre os dois países.
O Helmand alimentava o Lago Hamun, que agora está ressecado devido às circunstâncias climáticas e restrições impostas pelo Afeganistão.