"Através de seus advogados, a Repsol apresentou uma reclamação ante os proprietários do Mare Doricum e suas seguradoras, que supõe o início do processo de cobertura dos danos ocasionados pelo derramamento do petróleo", informou a empresa em comunicado enviado à AFP.
O Mare Doricum, de bandeira italiana, é um navio de tipo Suezmax, construído em 2009 e de propriedade do estaleiro italiano Fratelli d'Amico.
A embarcação está atualmente ancorada perto do litoral de La Pampilla e do porto de Callao, o principal do Peru, com proibição de zarpar por ordem das autoridades peruanas.
A Repsol não detalhou em qual instância apresentou a reclamação, nem quais são suas intenções a respeito.
O vazamento de óleo é atribuído pela empresa petrolífera espanhola ao tsunami causado pela erupção vulcânica submarina ocorrida em Tonga, no Pacífico Sul, quando o Mare Doricum descargava cerca de um milhão de barris de petróleo na refinaria La Pampilla da Repsol, na localidade de Ventanilla, 30 quilômetros ao norte de Lima.
O governo peruano classificou o ocorrido de "desastre ecológico", pelo qual já impôs uma multa de 122.000 dólares a Repsol, enquanto ainda está em andamento outro procedimento que poderia resultar em uma multa de 4,7 milhões de dólares.
Sobre a reclamação apresentada pela Repsol, o ministro do Meio Ambiente peruano, Modesto Montoya, disse à rádio local RPP que "a empresa , ao invés de estar limpando, está buscando outros culpados".
Segundo Montoya, foram recolhidos cerca de 2.000 barris do total derramado e, mesmo estimando que a limpeza das praias avançou em 70%, ressaltou que ainda falta recolher "tudo o que está depositado no fundo do mar".
A Repsol garante que concluirá a limpeza de toda a costa contaminada com petróleo em meados de março.
A mancha de se espalhou pelo mar e pelo litoral por até 140 quilômetros ao norte da refinaria, provocando a morte de uma quantidade indeterminada de peixes, aves e mamíferos marinhos. Ademais, deixou sem trabalho centenas de pescadores artesanais e comerciantes das praias.
O presidente de Repsol no Peru e outros três diretores estão proibidos de deixar o país enquanto avançam as investigações sobre o vazamento.
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