O Tribunal de Cassação, o mais alto tribunal da França, validou o arquivamento decidido em 2018 e rejeitou os recursos interpostos pelas famílias das vítimas do ataque, segundo uma decisão consultada pela AFP.
Em 6 de abril de 1994, um ataque derrubou o avião que transportava o presidente ruandês, Juvénal Habyarimana, e seu colega burundês, Cyprien Ntaryamira, quando desembarcavam em Kigali.
Este ataque é considerado o desencadeador para o genocídio em Ruanda que custou a vida, segundo as Nações Unidas, de mais de 800.000 pessoas, principalmente da minoria tutsi.
As famílias das vítimas do ataque rejeitaram assim o abandono das acusações contra vários membros da comitiva do atual presidente ruandês, Paul Kagame, que o tribunal de apelações de Paris confirmou em 2020.
Os investigadores franceses, que começaram seu trabalho em 1998 após uma denúncia de parentes da tripulação francesa, há muito tempo atribuem o ataque a rebeldes tutsis liderados por Kagame.
Em seguida, apontaram para o envolvimento de extremistas hutus, que viam o presidente assassinado como moderado demais, embora sem registrar grandes avanços.
Em 21 de dezembro de 2018, os juízes de instrução decidiram retirar as acusações contra nove membros ou ex-membros da comitiva de Kagame, uma questão que prejudicou a relação entre Paris e Kigali.