"Os canadenses ainda não conseguem acreditar que um ser humano possa tratar outro ser humano, especialmente uma criança, da forma como os tratamos", disse, emocionado, Ted Quewezance, que lidera a busca por sepulturas não identificadas em territórios da Primeira Nação de Keeseekoose, na província de Saskatchewan.
Quewezance, que apresentou o resultado das investigações em coletiva de imprensa, lidera a busca usando um radar que penetra no solo perto dos internatos de Fort Pelly e St Phillip. Ambos eram dirigidos pela Igreja Católica, em nome do governo federal.
O líder da comunidade indígena, Lee Kitchemonia, sugeriu que as crianças podem ter sido assassinadas, assinalando que é necessária uma investigação mais aprofundada.
O primeiro-ministro da província, Scott Moe, publicou em sua conta no Facebook: "Saskatchewan está de luto por vocês", enquanto a Primeira Nação de Keeseekoose vive "a mesma comoção e desespero que as demais Primeiras Nações ao longo do país".
Mais de 1,3 mil sepulturas não identificadas já foram descobertas perto de antigas "escolas residenciais para indígenas" administradas por grupos religiosos, o que revelou um capítulo sombrio da história do Canadá e sua política de assimilação forçada. Cerca de 150.000 crianças indígenas estudaram em internatos no Canadá, separadas de suas famílias e cultura.
MONTREAL