O homem de 76 anos identificado como Abdul R. chegou na Holanda em 2001 e obteve nacionalidade holandesa. Foi preso em 2019.
Segundo os promotores, entre 1983 e 1990 foi chefe do presídio de Pul-e-Charji ao leste de Cabul, onde os opositores ao governo eram detidos sem um julgamento justo e em "condições deploráveis".
Este julgamento celebrado em Haia é o mais recente em uma série de esforços dos países europeus para processar pessoas por crimes cometidos em países que viveram guerras, como Síria e Afeganistão.
"Este julgamento se concentra em um homem que acreditamos que cometeu inúmeros crimes de guerra em Cabul", declarou à AFP a promotora Mirjam Blom.
"Suspeitamos que ele, como comandante e chefe das questões políticas, trabalhava na prisão onde os detentos tinham sua liberdade arbitrariamente negada e eram tratados de forma desumana", acrescentou.
Mas Abdul R., que chegou ao tribunal em cadeira de rodas, alegou que é vítima de um erro de identidade.
"Não sou a pessoa que vocês procuram", declarou ao tribunal antes de se recusar a responder perguntas, ao afirmar que se sentia mal e que queria voltar à prisão.
"Não me lembro de nada, sequer lembro meu nome", afirmou.
As autoridades holandesas afirmam que falaram com 25 testemunhas em vários países para identificar o acusado.
"Estamos convencidos de que temos a pessoa certa", afirmou Blom.
HAIA