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Estado de Minas MIAMI

Aliado colombiano de Maduro foi informante dos EUA, segundo documentos judiciais


16/02/2022 16:35

Alex Saab, um empresário colombiano próximo do governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro, foi informante da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA) e forneceu informações sobre as propinas pagas a funcionários de Caracas, segundo documentos judiciais que tiveram o sigilo suspenso nesta quarta-feira (16).

Saab, de 49 anos, compareceu pela primeira vez em outubro perante um tribunal federal de Miami, no sudeste dos Estados Unidos, por conspirar para lavar dinheiro.

Segundo o Ministério Público, o empresário se tornou em 2018 uma "fonte confidencial da DEA" durante 12 meses.

Neste período, entregou mais de 12 milhões de dólares obtidos em suas atividades ilegais às autoridades americanas, com as quais assinou um acordo para se entregar e ser julgado no caso da lavagem de dinheiro.

Horas depois da suspensão do sigilo dos documentos, Saab negou ter sido informante da DEA.

"O senhor Saab deseja esclarecer que o único propósito das reuniões" com as autoridades americanas "era confirmar que nem ele, nem as empresas associadas a ele tinham feito nada de errado", informou em um comunicado transmitido pelo advogado do colombiano, David B. Rivkin.

"Qualquer suposta interação que ocorreu com o Departamento de Justiça e vários agentes das forças de ordem pública (dos Estados Unidos) ocorreu com o pleno conhecimento e apoio da República Bolivariana da Venezuela", acrescenta o documento.

Segundo a acusação americana, Saab e seu cúmplice, o foragido colombiano Álvaro Pulido, transferiram 350 milhões de dólares obtidos ilegalmente na Venezuela para lavá-los através dos Estados Unidos.

O Ministério Público assegura que os dois lucraram ilegalmente e criaram uma rede de propinas, aproveitando um contrato assinado com o governo venezuelano em novembro de 2011 para construir residências destinadas a pessoas de baixa renda.

O primeiro contato entre Saab e as autoridades americanas ocorreu em agosto de 2016, em Bogotá. Então, a DEA e a polícia federal americana (FBI) lhe mostraram a informação que tinham obtido sobre seus negócios na Venezuela.

Como informante da DEA, Saab "proporcionou informação sobre as propinas que pagou e os crimes que cometeu", segundo os documentos judiciais revelados nesta quarta.

A cooperação terminou em maio de 2019, depois que o empresário colombiano descumpriu o prazo para se entregar aos Estados Unidos.

Dois meses depois, a justiça norte-americana o acusou no caso de lavagem de dinheiro.

- "Um cidadão legal" à Venezuela -

Saab chegou a Miami em outubro após sua extradição de Cabo Verde, onde havia sido detido em junho de 2020 a pedido dos Estados Unidos.

A acusação considera Saab um suposto testa de ferro do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

A extradição do empresário irritou o governo Maduro, que deu ao colombiano a nacionalidade venezuelana e um título de embaixador, e lutou sem sucesso para evitar que fosse transferido para os Estados Unidos.

No comunicado de seu advogado, Saab declarou que "continua sendo um cidadão legal e diplomático da República Bolivariana da Venezuela e que nunca fará nada que prejudique os interesses do país".

O julgamento de Saab vai começar em 11 de outubro em Miami. A acusação contra ele pode resultar em penas de até 20 anos de prisão.


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