O relatório mais recente do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), de 7 de fevereiro, estimava a área afetada em 520 mil hectares de pastagens e cultivos, aproximadamente 6% do território provincial, uma área equivalente à da Sérvia.
O fogo avança diariamente, consumindo milhares de hectares, mas a fumaça impede medições de satélite atualizadas. Não há registro de vítimas entre os moradores.
A associação de produtores Coninagro estimou ontem que 4,2 milhões de dólares foram perdidos no cultivo tradicional de erva-mate, 44,6 milhões em campos de arroz e outros tantos devido à morte de 70.000 cabeças de gado.
O Serviço Nacional de Combate ao Fogo reportou hoje seis grandes focos ativos, em Curuzú Cuatiá, Concepción, San Miguel, Ituzaingó, Santo Tomé, Loreto e Bella Vista, e um já controlado, em Mercedes.
- Impacto severo -
A seca começou em meados de novembro, e os incêndios, em dezembro. Localizada entre os rios Paraná e Uruguai, a província registra chuvas inferiores a 10 a 15 milímetros, quando a média para esta época é de até 200 milímetros, e uma umidade relativa de 15%, quando o normal neste período é de 70%, observou Nicolás Carlino, da Coninagro.
O Serviço Meteorológico Nacional prevê chuva leve na província no próximo domingo. A capital, Corrientes, está coberta de forma intermitente por nuvens de fumaça desde o começo de janeiro, segundo a imprensa local.
"É um impacto severo, oriundo do desmatamento, da desertificação e do mau uso da terra, que se soma agora ao novo padrão de chuvas causado pelas mudanças climáticas", avaliou o ambientalista local Luis Martínez, que atribuiu os incêndios à "imprudência" na queima de pastagens para renovar a terra ou controlar eventuais incêndios.
Corrientes já perdeu 60% de seus pântanos, 40% de suas pastagens e 23.000 hectares de florestas nativas, estimou Martínez. A grande maioria dos animais silvestres serão afetados de alguma forma, ameaçando de extinção algumas espécies de aves e répteis, assinalou.
BUENOS AIRES