A Represa do Renascimento (GERD), que será o maior projeto hidrelétrico da África, está no centro de disputas regionais desde que a Etiópia lançou sua pedra fundamental em 2011.
"Amanhã [domingo] será realizada a primeira geração de energia da barragem", disse um funcionário do governo etíope no sábado. Um segundo funcionário confirmou a informação.
Ambos falaram sob condição de anonimato porque a mudança não foi anunciada oficialmente.
Egito e Sudão, vizinhos da Etiópia, altamente dependentes das águas do Nilo, veem a barragem como uma ameaça, enquanto o governo etíope a considera essencial para a eletrificação e desenvolvimento do país.
Este projeto de 4,2 bilhões de dólares (3,7 bilhões de euros) deverá produzir mais de 5.000 megawatts de eletricidade, o que significará duplicar a produção de eletricidade da Etiópia.
O país havia previsto inicialmente cerca de 6.500 megawatts, mas depois baixou sua meta.
A barragem está localizada no rio Nilo Azul, na região de Benishangul-Gumuz, no oeste da Etiópia, não muito longe da fronteira com o Sudão.
As negociações entre a Etiópia, o Egito e o Sudão sob os auspícios da União Africana (UA) até agora não conseguiram chegar a um acordo triplo sobre o enchimento e as operações da barragem.
Egito e Sudão estão exigindo que a Etiópia pare de encher o enorme reservatório até que um acordo seja alcançado, mas autoridades etíopes dizem que o enchimento é uma parte natural do processo de construção da barragem e não pode ser interrompido.
O processo de enchimento da GERD começou em 2020, com a Etiópia anunciando em julho daquele ano que havia atingido sua meta de 4,9 bilhões de metros cúbicos.
A capacidade total do reservatório é de 74 bilhões de metros cúbicos, e a meta para 2021 era adicionar mais 13,5 bilhões.
ADIS ABEBA