Presidentes, primeiros-ministros e ministros dos 11 países que integram o GECF se reuniram em meio à crise entre Moscou e os países ocidentais. A crescente tensão contribui para o aumento dos preços neste setor, no qual a Rússia representa uma ameaça para o abastecimento.
O ministro russo da Energia, Nikolai Shulguinov, afirmou que "as empresas russas mantêm seus compromissos vinculados aos contratos existentes".
Ele não comentou a situação de seu país, cujas relações com o Ocidente passam, atualmente, pela pior crise desde a Guerra Fria.
Shulguinov falou horas antes de o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, exigir a suspensão "imediata" do gasoduto teuto-russo Nord Stream 2, na esteira da decisão de Moscou de reconhecer as "repúblicas" separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
"Agradecemos pelos esforços de todos os membros do GECF que trabalharam arduamente para garantir um fornecimento confiável de gás natural ao mercado mundial e para preservar a estabilidade desses mercados", disse o ministro de Energia do Catar, Saad Cherida al-Kaabi, aos presentes na reunião.
Ele destacou que o Catar, um dos maiores exportadores de gás, garantiu sua "ajuda" à Europa, em caso de dificuldades de abastecimento. Esclareceu, no entanto, que se limitaria aos estoques disponíveis, uma vez que os produtores estão comprometidos com "contratos de longo prazo".
Em sua opinião, "os volumes que podem ser redirecionados (para outros clientes) representam entre 10% e 15%" desses estoques.
"A Rússia representa entre 30% e 40% da oferta da Europa" e "substituí-la rapidamente é quase impossível", continuou.
"Prever quais serão os preços, se vão subir, ou descer, está apenas nas mãos de Deus", disse ele à imprensa.
O presidente iraniano, Ebrahim Raïssi, que chegou a Doha na segunda-feira para um encontro bilateral com o emir, destacou a "grande capacidade de produção e de exportação de gás" de seu país, que pode oferecer o recurso, "apesar das sanções cruéis e ilegais dos EUA (...)" impostas a Teerã.
DOHA