"Tudo sugere que a Rússia está planejando um ataque maciço na Ucrânia (...) Vemos que cada vez mais forças estão deixando os acampamentos e entrando em formação de combate, prontas para atacar", declarou Stoltenberg.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de um conflito aberto com a Rússia, Stoltenberg disse que existia "um risco real". "Isso é exatamente o que vínhamos alertando há meses. E, lamentavelmente, aconteceu nos últimos meses exatamente o que previmos".
No entanto, o chefe da Otan considera que "ainda é possível" que a Rússia "mude de orientação" e interrompa a "concentração de forças militares".
Para Stoltenberg, a decisão russa de reconhecer as duas regiões separatistas da Ucrânia como Estados independentes acaba "jogando mais lenha" na fogueira, e torna a situação "mais perigosa e mais séria".
Além disso, o secretário-geral afirmou que a Rússia já havia invadido a Ucrânia em 2014, quando anexou a península da Crimeia. Agora, deu mais um passo ao enviar tropas aos territórios separatistas pró-Rússia, reconhecidos como as repúblicas de Donetsk e Lugansk.
A Otan, por sua vez, reforçou o nível de alerta de suas tropas em todo o flanco oriental da aliança militar.
Nesse sentido, Stoltenberg disse que a Otan mantém em "alerta elevado" mais de 100 aviões de combate e cerca de 120 navios. "Vamos seguir fazendo o necessário para blindar a Aliança de uma agressão", declarou.
Durante uma coletiva de imprensa na sede da organização em Bruxelas, o secretário-geral assinalou que a Rússia "passou de tentativas ocultas de desestabilizar a Ucrânia para uma ação militar aberta. Isso é uma escalada muito seria por parte da Rússia e uma violação flagrante da lei internacional", frisou.