Jornal Estado de Minas

INVASÃO RUSSA

'Tristeza e impotência', diz lider da Sociedade Ucraniana do Brasil

"Mistura de tristeza e uma certa impotência".  Esta é a sensação dos ucranianos que vivem no Brasil diante da invasão russa ao país do Leste Europeu, segundo Felipe Melnyk Oresten, presidente da Sociedade Ucraniana do Brasil (Subras).  "Principalmente impotência por não poder ajudar os amigos e parentes que se encontram lá", completa o dirigente da entidade. 


A consternação é acompanhada de revolta. Oresten classifica a investida contra a Ucrânia como um ataque cruel, que "agride toda a humanidade". "A soberania e a dignidade territorial de uma nação foram atacados, contrariando todos os pactos e convenções internacionais. É totalmente inacreditável", comenta o líder. 





Ele conta que tem diversos parentes e amigos em Kiev, capital ucraniana, e Lutsk. No momento, a situação é considerada estável nas duas localidades, mas o clima entre os habitantes é de apreensão. 

"Conversei com várias pessoas hoje. Elas foram pegas de surpresa. Acordaram sem entender o que estava acontecendo. Muitas pessoas estão desesperadas e tentam deixar suas cidades. Outras estão indo aos supermercados para comprar alimentos e estocar. Muita gente também já começa a fazer malas e se preparar para buscar abrigos antibomba", descreve Oresten. 

De acordo com a Subras, cerca de 600 mil descendentes ucranianos vivem no Brasil - 80% deles no Paraná. A comunidade também é significativa em Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. O Itamaraty contabiliza  cerca 400 brasileiros vivendo no país do leste europeu. 



A Representação Central Ucraniano-Brasileira (RCUB) também repudiou os ataques. Em nota divulgada nas redes sociais, a entidade disse que "condena veementemente as organizações terroristas controladas pela Rússia das chamadas "Repúblicas Populares" de Donetsk e Luhansk (DPR e LPR). 

"Este passo é um novo ato de agressão contra a Ucrânia, sua independência, soberania e integridade territorial. Esta é uma violação flagrante do direito internacional e dos Acordos de Minsk, dos quais a Rússia é parte. Isso marca o fim do processo de Minsk e demonstra a decisão da Rússia pela Federação Russa de escolher o caminho do isolamento global e da agressão contra uma ordem internacional baseada em regras", diz o texto publicado no Facebook. 



Embaixada brasileira orienta fuga

Na manhã desta sexta-feira (24/2), a Embaixada do Brasil em Kiev pediu que os brasileiros deixem a Ucrânia o mais rápido possível. 





Também publicado no Facebook, o comunicado oficial recomenda que aqueles que possam se deslocar para outros países ao oeste da nação do Leste Europeu o façam o quanto antes, após se informarem sobre a situação de segurança local. 

A recomendação exclui os brasileiros que estão em Kiev. Para estes, a orientação é de que não saiam, tendo em conta os grandes engarrafamentos formados nas saídas da cidade.