"Temo que aumente o sofrimento, com a possibilidade de um grande número de vítimas e uma ampla destruição de alvos civis, como usinas de água e de eletricidade", disse Peter Maurer, diretor do CICV, em comunicado.
Maurer também se referiu a "deslocamentos maciços, traumas, separações de famílias e desaparecidos".
"Esta nova fase de combates na Ucrânia me deixa de cabelo em pé. É provável que a intensificação e a expansão do conflito causem morte e destruição em escala assustadora de se ver, dadas as imensas capacidades militares envolvidas", acrescentou.
O presidente russo, Vladimir Putin, lançou a invasão da Ucrânia na madrugada desta quinta-feira, com bombardeios e incursões terrestres em diversos pontos do país, inclusive perto da capital Kiev.
Os ataques já provocaram dezenas de mortos e indignação na comunidade internacional.
Maurer fez um apelo para que todas as partes em conflito "respeitem o direito internacional humanitário", incluídos as Convenções de Genebra, e não ataquem bens civis nem infraestruturas essenciais como as redes de água, gás e eletricidade que abastecem as residências, assim como escolas e centros médicos.
"Os ataques realizados com novas tecnologias e medidas cibernéticas também devem respeitar o direito humanitário internacional", insistiu.
A prioridade do CICV, cujo princípio fundamental é a neutralidade, é poder continuar ajudando as pessoas em necessidade. Esta semana, a organização distribuiu 3.000 litros de água potável ao hospital de Dokuchaevsk e enviou 7.000 litros adicionais ao município de Donetsk.
"Também vamos continuar com nossos diálogos bilateral e confidencial com as partes envolvidas no conflito para proteger as pessoas afetadas pelos combates", frisou Maurer.