"Depois de uma batalha feroz perdemos o controle de Chernobyl", afirmou o conselheiro-chefe do gabinete do presidente, Mikhailo Podoliak, depois que o governo anunciou que havia combates próximos ao depósito de resíduos nucleares da usina acidentada em 1986.
Após a perda de controle desta área, altamente contaminada, não se sabe o estado das instalações da usina, da cobertura que isola o reator danificado e de um depósito para combustível nuclear, disse o alto funcionário.
"Depois deste ataque absolutamente sem sentido dos russos, não é possível dizer que a usina nuclear está a salvo", acrescentou Podoliak.
"Esta é uma das maiores ameaças à Europa hoje", disse ele, estimando que os russos poderiam organizar atividades "provocativas" no local para culpar a Ucrânia.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indicou em comunicado que está acompanhando "a situação com grande preocupação" e pediu "moderação máxima para evitar qualquer ação que coloque em risco as instalações nucleares do país".
No caso de Chernobyl, a organização da ONU não foi informada por seu homólogo ucraniano de "destruições".
"É de vital importância que as operações nesta área não sejam afetadas ou interrompidas de forma alguma", insistiu seu diretor-geral, Rafael Grossi.
Esta usina sofreu o pior acidente nuclear da história em 26 de abril de 1986, quando um dos reatores explodiu em um período em que a Ucrânia fazia parte da União Soviética.
O desastre que contaminou três quartos da Europa atingiu especialmente Ucrânia, Rússia e Belarus.
Após o acidente nesta usina localizada a cem quilômetros de Kiev, 350.000 pessoas tiveram que ser evacuadas em um perímetro de 30 quilômetros ao redor da usina e ainda há controvérsias sobre o saldo de vítimas.
KIEV