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Estado de Minas WASHINGTON

Exército russo se aproxima de Kiev para 'decapitar' o governo, diz EUA


24/02/2022 21:58

Com "superioridade aérea absoluta", o exército russo se aproximava de Kiev, a capital ucraniana, nesta quinta-feira (24) com a intenção de "decapitar o governo" e substituí-lo por um pró-Rússia, segundo fontes militares ocidentais.

Depois de disparar mais de 160 mísseis contra alvos militares ucranianos, as forças russas avançaram rapidamente ao sul a partir de Belarus e "se aproximaram de Kiev" ao longo do dia, indicou um alto funcionário do Pentágono.

"Basicamente, têm a intenção de decapitar o governo e instalar sua própria forma de governo, o que explicaria este avanço inicial para Kiev", avaliou.

De acordo com o funcionário de inteligência ocidental, "as defesas aéreas da Ucrânia foram eliminadas e eles não têm mais força aérea para se proteger".

"Nas próximas horas, os russos tentarão concentrar uma força avassaladora em torno da capital e a defesa agora recai sobre as forças terrestres e a resistência popular", explicou.

- "Pouco tempo" -

As tropas russas estarão ao redor de Kiev "em questão de dias, ou amanhã de manhã, no ritmo em que estão avançando", enfatizou. "Não resta muito tempo. Acho que muito vai depender da resistência dos ucranianos."

Até o momento, a Rússia avançou no território ucraniano em três eixos: ao sul, a partir da Crimeia, até a cidade de Kherson, através do rio Dnieper, ao norte a partir de Belarus até Kiev, ao longo de duas estradas a nordeste e noroeste da capital ucraniana, e ao leste da cidade russa de Belgorod até a grande cidade industrial de Kharkov, segundo estimativas do Pentágono.

O funcionário dos EUA relatou inicialmente 75 missões de bombardeiros e 100 lançamentos de mísseis de vários tipos, incluindo mísseis mar-terra disparados do Mar Negro, mas depois disse que o número de mísseis disparados desde o início da ofensiva russa havia subido para "mais de 160".

"A maioria deles são mísseis balísticos de curto alcance, mas há também mísseis de médio alcance e mísseis de cruzeiro", especificou.

"Também lançaram mais paraquedistas sobre Kharkov e estimamos que ainda haja combates intensos" nesta área no leste da Ucrânia.

Os ataques se concentraram em alvos militares, inclusive bases aéreas e o comando do exército ucraniano, mas segundo o Pentágono, o objetivo é tomar o controle de cidades-chave, sobretudo da capital, Kiev.

As forças russas atacaram o aeroporto militar de Antonov em Gostomel, nos arredores da capital ucraniana, onde os combates pareciam continuar nas últimas horas do dia.

- Reforços americanos -

Este aeroporto pode se tornar um ponto de encontro para o exército russo se quiser cercar a capital.

"Se Moscou conseguir controlar e manter a superioridade aérea (o que é muito possível), podem usar o aeroporto como ponto de entrada para atacar Kiev", tuitou Michael Horowitz, especialista em segurança do Consultant Le Beck International.

O alto funcionário do Pentágono enfatizou que esta ofensiva não tem precedentes em mais de 70 anos.

"Não vimos um movimento convencional como este, de um Estado-nação para outro, desde a Segunda Guerra Mundial, certamente nada deste tamanho, alcance e escala", disse ele.

No entanto, até agora, os russos não entraram no oeste da Ucrânia e não há indícios de um ataque anfíbio no sul vindo do Mar Negro, explicou a fonte.

Não há estimativas de danos ou baixas no exército ucraniano. "Há indícios de que estão resistindo e contra-atacando", afirmou o funcionário.

As comunicações do país parecem funcionar, destacou. Ele acredita que em uma segunda fase ocorrerá um ciberataque para paralisá-las.

O Pentágono não confirmou a destruição de aviões militares russos ou a tomada da usina nuclear de Chernobyl pelos militares russos.

Mas o Pentágono enviará 7.000 soldados adicionais à Alemanha para "tranquilizar os aliados da Otan, impedir um ataque russo e estar preparado para atender às necessidades da região".

Esses militares dos EUA se juntam aos 5.000 já enviados pelo presidente Joe Biden à Alemanha e ao flanco leste da Otan.

Contando com os reforços anunciados nesta quinta-feira, os Estados Unidos terão mais de 90.000 soldados na Europa.


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