As tropas russas chegaram à capital ucraniana, Kiev, nesta sexta-feira (25/02), no segundo dia de conflito na região. Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, militares russos estão posicionados no distrito residencial de Obolon, a cerca de 9 km ao norte do Parlamento ucraniano, no centro da cidade.
Ainda segundo o Ministério, este pode ser o dia mais difícil da guerra. Assessor do governo ucraniano, Anton Herashchenko afirmou que as forças ucranianas estão preparadas com mísseis antitanques fornecidos por aliados estrangeiros e que o exército chegou a explodir uma ponte para tentar retardar a chegada dos russos na capital ucraniana.
Os ataques em Kiev começaram por volta das 4 horas da manhã, no horário local (23h em Brasília), com helicópteros, segundo a AFP. Sirenes de ataque aéreo soaram para alertar a população. Muitas pessoas estão abrigadas em estações de metrô subterrâneas.
Um prédio habitacional de 10 andares localizado perto do principal aeroporto de Kiev foi atingido por bombas e deixou uma cratera de dois metros. A polícia local afirmou que pessoas ficaram feridas, mas que ninguém morreu.
De acordo com o prefeito da cidade, Vitali Klitschko, esses disparos feriram três pessoas, uma delas com gravidade, em uma área residencial ao sudeste da capital.
As forças ucranianas também relataram combates contra unidades blindadas russas em duas localidades ao norte de Kiev, Dymer (45 km) e Ivankiv (80 km). Enquanto isso, as tropas russas se aproximavam da capital – deserta esta manhã, mas que tem quase três milhões de habitantes – pelo nordeste e leste, segundo o exército ucraniano.
"Esta noite, eles começaram a bombardear bairros civis. Isso nos lembra (a ofensiva nazista) de 1941", declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em um vídeo nas redes sociais, pronunciando esta frase em russo, para chamar a atenção dos cidadãos russos.
Ele elogiou o "heroísmo" dos ucranianos diante de uma invasão que, segundo ele, já deixou 137 mortos e 316 feridos do lado ucraniano, e garantiu que seus soldados estão fazendo "todo o possível" para defender o país.
"A Rússia terá que falar conosco mais cedo ou mais tarde", acrescentou. "Quanto mais cedo essa conversa começar, menores serão as perdas para a própria Rússia".
O ministério da Defesa ucraniano pediu aos civis que peguem em armas. "Pedimos aos cidadãos que nos informem sobre os movimentos do inimigo, façam coquetéis molotov, neutralizem o ocupante!", escreveu em sua mensagem.
A guerra na Ucrânia começou na madrugada desta quinta-feira (24/02) após o presidente russo Vladimir Putin anunciar o início de uma operação militar no país vizinho.
O CERCO RUSSO À UCRÂNIA