"Homens armados entraram na casa de MSF", e "cinco membros da nossa equipe foram sequestrados" para Fotokol, na fronteira com a Nigéria, onde os grupos extremistas Boko Haram e o Estado Islâmico da África Ocidental realizam ataques a civis, disse a ONG.
Os reféns são de nacionalidade camaronesa, chadiana, senegalesa e franco-marfinense, além de dois seguranças da ONG, relatou à AFP uma autoridade local que quis permanecer no anonimato.
"Nada permite vincular este ato aos ataques do Boko Haram. Não sabemos se é um roubo que terminou em outra coisa, já que encontramos um cofre aberto", disse, acrescentando que o Exército está à procura dos sequestrados.
"Até o momento, nem a identidade nem os motivos dos sequestradores são conhecidos", lembrou o MSF.
Fotokol, no extremo norte de Camarões, está localizada perto do Lago Chade, uma vasta área de água e pântanos que se estende por quatro países: Chade, Níger, Camarões e Nigéria.
O Boko Haram e o Estado Islâmico da África Ocidental estabeleceram suas bases em algumas das inúmeras ilhotas do lago.
Os jihadistas cometem ataques periódicos contra soldados e civis nos quatro países da região, e estes se multiplicaram nos últimos meses, aproveitando o conhecimento dos grupos armados deste terreno pantanoso.
Nos últimos meses, o Estado Islâmico da África Ocidental consolidou seu controle sobre esses territórios da região após a morte de Abubakar Shekau, líder do Boko Haram, em combates entre os dois grupos rivais.
A insurgência do Boko Haram começou em 2009 na Nigéria, antes de se espalhar para os países vizinhos. Desde então, mais de 36.000 pessoas (principalmente na Nigéria) foram mortas, e 3 milhões tiveram de fugir de suas casas, segundo a ONU.
O Estado Islâmico da África Ocidental surgiu em 2016, resultado de uma separação do Boko Haram, que reprova o assassinato de civis muçulmanos.
YAOUNDÉ