A medida afeta concretamente o Comitê de Ministros, seu órgão exectivo, e a Assembleia Parlamentar, mas não o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH), informa a organização em um comunicado.
Para fins práticos, a CEDH manterá o juiz russo, continuará analisando os processos movidos contra a Rússia e oferecerá proteção aos cidadãos deste país.
Com esta decisão, "a Rússia continua sendo membro do Conselho da Europa e [Estado] parte de suas convenções, especialmente a Convenção Européia de Direitos Humanos", disse a organização.
"A suspensão não é uma medida definitiva e sim temporária, que deixa os canais de comunicação abertos", acrescenta o comunicado.
A Rússia lançou uma ofensiva contra a Ucrânia nas primeiras horas da quinta-feira e suas forças apertaram o cerco na capital Kiev na sexta-feira. Ambos os países fazem parte do Conselho da Europa.
O ataque representa "uma clara violação do estatuto" do Conselho da Europa e da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, alertou na véspera a secretária-geral do Conselho da Europa, Marija Pejcinovic Buric.
A organização, criada em 1949 no contexto da incipiente Guerra Fria e que reúne 47 países, já adotou sanções contra a Rússia após a anexação em 2014 da então península ucraniana da Crimeia.
A delegação russa na Assembleia Parlamentar foi privada do direito de voto. Em resposta, Moscou suspendeu sua contribuição para o orçamento da organização.
Após cinco anos de crise, a disputa foi resolvida e a delegação russa voltou a fazer parte do órgão deliberativo do Conselho, que não está vinculado às instituições da União Europeia (UE).
ESTRASBURGO