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CONFLITO

Ucrânia: Aumenta a pressão na Europa por sanções máximas contra a Rússia

Vários países europeus optaram por um caminho arriscado ao considerar excluir a Rússia do sistema bancário Swift em resposta à invasão da Ucrânia, aumentando a pressão no continente, onde membros como Alemanha e Hungria temem por seu fornecimento de energia.





Reunidos na cúpula de Bruxelas na quinta-feira (24), os líderes europeus não decidiram qualquer medida de bloqueio dos bancos russos desta interface de pagamentos internacionais, um mecanismo essencial das finanças globais, em retaliação à invasão da Ucrânia.

Países como Alemanha, Áustria e Hungria manifestaram reservas quanto à aplicação desta sanção, considerada maximalista, temendo o impacto que teria no abastecimento de gás russo.

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Nesta sexta-feira, Karl Nehammer, chefe do governo austríaco (país que compra de 70% a 80% de seu gás da Rússia) passou de se opor à medida a pedir "uma exclusão da Rússia do Swift".

"Não devemos esperar que haja tiroteios e cadáveres nas ruas de Kiev", disse o ministro das Relações Exteriores da Letônia, Edgars Rinkevics, indignado.

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, também se declarou a favor desta sanção: "Vários países manifestaram suas reservas, mas a França não faz parte deles". Uma afirmação que o distancia do seu parceiro alemão.



"A suspensão do Swift teria grandes repercussões para as empresas alemãs em suas relações com a Rússia, mas também para fazer pagamentos de entrega de energia", disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, nesta sexta-feira (25).

Arma nuclear econômica


 

Swift, sigla para Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication, é uma empresa com sede em Bruxelas, sujeita às leis belga e europeia.

Fundada em 1973, é uma das mais importantes redes de transações bancárias e financeiras, que permite a liquidação interbancária entre instituições financeiras de todo mundo.

Especificamente, este sistema permite que um país como a Alemanha pague eletronicamente por suas compras de gás russo.

De acordo com o site da associação nacional russa Rosswift, a Rússia é o segundo país, depois dos Estados Unidos, em número de usuários desse sistema, com cerca de 300 bancos e instituições membros.



Na prática, esse sistema permite, por exemplo, que um país como a Alemanha pague eletronicamente suas compras de gás russo.

Bloquear um país desse sistema é considerado uma "arma nuclear econômica", pois o impacto é grande para as relações econômicas desse país com o restante do mundo. Ao mesmo tempo, desconectar um Estado do Swift também significa impedir que seus próprios bancos façam transações com os bancos do país punido.

"Se os bancos russos forem desconectados do Swift, os pagamentos de importação e exportação para a Rússia serão mais difíceis", disse Eric Dor, diretor de Estudos Econômicos da Escola Francesa de Administração IESEG, à AFP.

Desonra 


Fato que não escapou às nações mais dependentes economicamente da Rússia, como a Alemanha.

"Você sempre tem que ter cuidado para não se machucar mais do que os outros. Nesse caso, as sanções não têm sentido", disse o deputado alemão Jürgen Trittin, especialista em política internacional do Partido Verde.



Na quinta-feira, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, celebrou o fato de as sanções decididas "não se estenderem à energia", garantindo "o fornecimento de gás à Hungria e aos outros Estados-Membros da UE".

Em média, 40% das importações de gás na Europa vêm da Rússia, com diferenças significativas entre 70%-80% da Áustria, 55% da Alemanha e 17% da França.

Esse ponto de vista não é compartilhado por todos. "Os governos da UE que bloquearam decisões difíceis se desonraram", criticou o ex-presidente do Conselho Europeu Donald Tusk, atualmente chefe do partido de direita PPE no Parlamento Europeu.

Uma crítica expressa também pela Ucrânia.

De acordo com um porta-voz, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, defendeu a medida na reunião do G7.

Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que cortar a Rússia da rede Swift continua sendo "uma opção", mas reconheceu que, "atualmente, não é uma posição compartilhada pelos europeus".

Em 2014, pouco depois da anexação da Crimeia por parte da Rússia, essa opção também foi discutida, mas acabou sendo abandonada.


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