Abramovich toma esta decisão apenas dois dias após o início do ataque do exército russo à Ucrânia, um conflito criticado por quase toda a comunidade internacional.
"Durante meus quase 20 anos de propriedade do Chelsea FC, sempre vi meu papel como guardião do clube, cujo trabalho é garantir que sejamos tão bem-sucedidos quanto podemos ser hoje, bem como construir para o futuro, enquanto também desempenhando um papel positivo em nossas comunidades".
"Sempre tomei decisões com os melhores interesses do clube em mente", justificou o proprietário.
"Continuo apegado a esses valores. É por isso que hoje confio aos administradores da Chelsea Charitable Foundation a administração do Chelsea FC", acrescentou Abramovich no comunicado.
"Acho que atualmente eles são os mais bem posicionados para cuidar dos interesses do clube, dos jogadores, da equipe e dos torcedores", explicou.
Enquanto as autoridades britânicas anunciavam várias sanções contra os interesses russos, a deputada liberal democrata Layla Moran nomeou na quarta-feira Abramovich como um dos 35 "homens-chave" do presidente Vladimir Putin, que deveriam ser sancionados.
No entanto, o Tesouro Público anunciou uma lista de oligarcas russos cujos ativos e contas bancárias no Reino Unido já foram bloqueados e Abramovich não apareceu nessa lista.
- Duas décadas de sucessos esportivos -
O Reino Unido é o destino favorito dos bilionários russos, e as autoridades britânicas têm sido frequentemente criticadas por não impedir o fluxo de dinheiro russo para dentro do país.
O grupo de torcedores Chelsea Supporters Trust (CST) exigiu esclarecimentos: "Tomamos nota da declaração de Abramovich e pedimos esclarecimentos urgentes sobre o que esta decisão significa para a gestão do Chelsea FC".
"A diretoria do CST está pronta para trabalhar com os diretores da Chelsea Fondation para garantir os interesses de longo prazo do clube e dos torcedores. Estamos com o povo ucraniano", acrescentou em um comunicado.
Por sua vez, o técnico alemão do Chelsea, Thomas Tuchel, disse que a situação do proprietário "perturbou" a situação dentro da equipe, que enfrentará o Liverpool na final da Copa da Liga Inglesa neste domingo.
"Não podemos fingir que não é um problema. A situação em geral, para mim e para minha comissão técnica, para todos em Cobham (centro de treinamento do clube), para os jogadores, é horrível", disse Tuchel aos repórteres na sexta-feira.
Abramovich comprou o Chelsea em 2003 e nessas duas décadas o clube londrino viveu o melhor momento de sua história, com duas Ligas dos Campeões (2012 e 2021), cinco Premier Leagues (2005, 2006, 2010, 2015 e 2017) e cinco Copas da Inglaterra (2007, 2009, 2010, 2012 e 2018), entre outros títulos.
Segundo o jornal The Telegraph, Abramovich continuará sendo o dono do clube e não tem nenhuma intenção de vendê-lo.
LONDRES