No auge de sua carreira como ator e comediante, Volodimir Zelensky decidiu largar tudo, em 2019, e se tornar presidente de seu país. Depois de três primeiros anos difíceis, ele representa agora seu melhor papel, na defesa da Ucrânia em tempos de guerra.
Leia também: Invasão russa chega ao 4º dia: bombardeios em Kiev e resistência ucraniana
Desde que a Rússia invadiu o país, Zelenskiy, 44 anos, soube recorrer às suas habilidades de câmera e comunicação visual para enviar mensagens comoventes nas mídias sociais. Em 25 de fevereiro, um dia após o início da ofensiva, ele apareceu em um vídeo do lado de fora do palácio presidencial, rodeado por seus assessores, para rebater as notícias de que havia fugido.
Abatido, mas às vezes sorrindo, Zelensky apareceu em seus vídeos sem um colete à prova de balas ou capacete, apesar das repetidas advertências de que a Rússia teria introduzido esquadrões da morte em Kiev para assassiná-lo.
Durante uma conversa telefônica com Joe Biden, na qual o presidente dos Estados Unidos lhe ofereceu ajuda para fugir do país, o ex-ator de comédia tirou da manga uma frase simples e concisa, que reforçou sua imagem de líder: "A luta está aqui. Eu preciso de munição, não de um transporte", respondeu Zelensky, segundo um tuíte da embaixada ucraniana no Reino Unido.
Em videoconferência para exigir dos líderes da União Europeia (UE) ajuda militar, ele adotou uma linha mais trágica. "Esta pode ser a última vez que me vejam com vida", ressaltou, segundo o site americano Axios.
- Comparado a Churchill -
Sua imagem de líder à frente da resistência contra a invasão russa ultrapassou as fronteiras ucranianas. O historiador e professor convidado do Departamento de Estudos da Guerra da King's College de Londres, Andrew Roberts, compara Zelenski à liderança do primeiro-ministro britânico Winston Churchill durante a Segunda Guerra Mundial.
"Ele trouxe à tona seu Churchill interior", respondeu à AFP Roberts, que escreveu em 2018 uma biografia de Winston Churchill e é autor de um ensaio sobre a liderança em tempos de guerra. Ele diz encontrar vários pontos em comum entre as duas figuras, como sua "incrível bravura pessoal", "capacidade de se conectar com o povo" e "sua crença intransigente na vitória final".
O filósofo francês Bernard Henri Levy elogiou hoje no "Journal du Dimanche", "seu humor, que não o abandona mesmo que chovam mísseis sobre ele". Zelensky o lembra de outros lutadores pela liberdade que conheceu, que "aprenderam a fazer a guerra sem amá-la". "Esse homem se tornou o pesadelo de Putin. Se lhe enviarmos as armas, aviões e defesas de que ele tanto precisa, ele pode se tornar o homem que acabou com o presidente russo", apontou.
- Fama -
A candidatura de Zelensky nas eleições presidenciais de 2019 começou como uma brincadeira, mas ele acabou varrendo o rival, Petro Poroshenko, no segundo turno, com mais de 70% dos votos.
Zelenski alcançou a fama com uma série de TV onde interpretou o papel de um professor desbocado que se tornava presidente do país após a divulgação de um vídeo em que ele lançava um discurso contra a corrupção na Ucrânia. Esse programa captou perfeitamente o clima no país após a revolução pró-UE de 2014, que derrubou um presidente ligado ao Kremlin e desencadeou uma guerra contra os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Apoiando-se nos mesmos elementos que usa hoje para divulgar suas mensagens em meio à guerra, a campanha eleitoral de 2019 de Zelensky foi vencida nas redes sociais, evitando as entrevistas tradicionais à imprensa e os comícios, e usando vídeos para tentar mostrar seu carisma e uma comunicação mais direta.
Desde que assumiu o poder, Zelensky tentou cumprir suas principais promessas de campanha, como acabar com a guerra no leste e com a corrupção no país, que levou muitos ucranianos à pobreza.
A pandemia de Covid-19 e a persistência dos problemas econômicos haviam reduzido a confiança dos eleitores. Mas os problemas domésticos desapareceram ante a situação atual.
"Vasilkov, Kiev, Chernigov, Sumy, Kharkov e muitas outras cidades da Ucrânia enfrentam condições que não vivíamos em nosso território desde a Segunda Guerra Mundial", observou Zelensky em vídeo divulgado neste domingo.
Leia também: Invasão russa chega ao 4º dia: bombardeios em Kiev e resistência ucraniana
Desde que a Rússia invadiu o país, Zelenskiy, 44 anos, soube recorrer às suas habilidades de câmera e comunicação visual para enviar mensagens comoventes nas mídias sociais. Em 25 de fevereiro, um dia após o início da ofensiva, ele apareceu em um vídeo do lado de fora do palácio presidencial, rodeado por seus assessores, para rebater as notícias de que havia fugido.
Abatido, mas às vezes sorrindo, Zelensky apareceu em seus vídeos sem um colete à prova de balas ou capacete, apesar das repetidas advertências de que a Rússia teria introduzido esquadrões da morte em Kiev para assassiná-lo.
Durante uma conversa telefônica com Joe Biden, na qual o presidente dos Estados Unidos lhe ofereceu ajuda para fugir do país, o ex-ator de comédia tirou da manga uma frase simples e concisa, que reforçou sua imagem de líder: "A luta está aqui. Eu preciso de munição, não de um transporte", respondeu Zelensky, segundo um tuíte da embaixada ucraniana no Reino Unido.
Em videoconferência para exigir dos líderes da União Europeia (UE) ajuda militar, ele adotou uma linha mais trágica. "Esta pode ser a última vez que me vejam com vida", ressaltou, segundo o site americano Axios.
- Comparado a Churchill -
Sua imagem de líder à frente da resistência contra a invasão russa ultrapassou as fronteiras ucranianas. O historiador e professor convidado do Departamento de Estudos da Guerra da King's College de Londres, Andrew Roberts, compara Zelenski à liderança do primeiro-ministro britânico Winston Churchill durante a Segunda Guerra Mundial.
"Ele trouxe à tona seu Churchill interior", respondeu à AFP Roberts, que escreveu em 2018 uma biografia de Winston Churchill e é autor de um ensaio sobre a liderança em tempos de guerra. Ele diz encontrar vários pontos em comum entre as duas figuras, como sua "incrível bravura pessoal", "capacidade de se conectar com o povo" e "sua crença intransigente na vitória final".
O filósofo francês Bernard Henri Levy elogiou hoje no "Journal du Dimanche", "seu humor, que não o abandona mesmo que chovam mísseis sobre ele". Zelensky o lembra de outros lutadores pela liberdade que conheceu, que "aprenderam a fazer a guerra sem amá-la". "Esse homem se tornou o pesadelo de Putin. Se lhe enviarmos as armas, aviões e defesas de que ele tanto precisa, ele pode se tornar o homem que acabou com o presidente russo", apontou.
- Fama -
A candidatura de Zelensky nas eleições presidenciais de 2019 começou como uma brincadeira, mas ele acabou varrendo o rival, Petro Poroshenko, no segundo turno, com mais de 70% dos votos.
Zelenski alcançou a fama com uma série de TV onde interpretou o papel de um professor desbocado que se tornava presidente do país após a divulgação de um vídeo em que ele lançava um discurso contra a corrupção na Ucrânia. Esse programa captou perfeitamente o clima no país após a revolução pró-UE de 2014, que derrubou um presidente ligado ao Kremlin e desencadeou uma guerra contra os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Apoiando-se nos mesmos elementos que usa hoje para divulgar suas mensagens em meio à guerra, a campanha eleitoral de 2019 de Zelensky foi vencida nas redes sociais, evitando as entrevistas tradicionais à imprensa e os comícios, e usando vídeos para tentar mostrar seu carisma e uma comunicação mais direta.
Desde que assumiu o poder, Zelensky tentou cumprir suas principais promessas de campanha, como acabar com a guerra no leste e com a corrupção no país, que levou muitos ucranianos à pobreza.
A pandemia de Covid-19 e a persistência dos problemas econômicos haviam reduzido a confiança dos eleitores. Mas os problemas domésticos desapareceram ante a situação atual.
"Vasilkov, Kiev, Chernigov, Sumy, Kharkov e muitas outras cidades da Ucrânia enfrentam condições que não vivíamos em nosso território desde a Segunda Guerra Mundial", observou Zelensky em vídeo divulgado neste domingo.