A ofensiva do exército russo na Ucrânia completa seis dias nesta terça-feira (1/3), após o primeiro encontro de negociação terminar sem avanço, em Belarus. Uma segunda rodada está prevista para acontecer nas próximas horas.
A comitiva ucraniana pediu um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas, já a delegação russa não declarou quais eram suas condições.
Leia mais: Invasão à Ucrânia: "Pode ser o começo do fim de Putin"
Entretanto, o presidente russso Vladimir Putin teria declarado que exige o reconhecimento da Crimeia como território russo, assim como a "desnazificação" do governo ucraniano e um "status neutro" de Kiev, como condições para o fim da invasão da Ucrânia.
Rússia proíbe transferências bancárias
O presidente russo publicou um decreto no site do Kremlin, proibindo os residentes na Rússia de transferir dinheiro para o exterior a partir desta terça-feira.
Além dessa primeira medida, os exportadores russos serão obrigados, a partir de hoje, a converter em rublos 80% de sua receita em moeda estrangeira obtida desde 1º de janeiro.
A decisão acontece após a corrida dos cidadãos russos para sacar o dinheiro depositado nas instituições bancárias.
Suspensão da Fifa e Uefa
A Federação Internacional de Futebol (Fifa) e a União das Federações Europeias de Futebol (Uefa) informaram que a seleção nacional da Rússia e todos os clubes russos estão suspensos de competições internacionais 'até novo aviso'.
Com isso, a Rússia não poderá disputar a Copa do Mundo do Catar e as equipes russas não devem jogar as partidas restantes dos torneios Europeus.
A Federação Russa de Futebol considerou a medida discriminatória. “Estamos em total desacordo com a decisão da Fifa e da Uefa de suspender as equipes russas. Teremos um efeito discriminatório sobre um grande número de atletas, treinadores, funcionários de clubes e da seleção", declarou a entidade.
Ucrânia na União Europeia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que assinou um pedido oficial para que o país faça parte da União Europeia. Devido à invasão russa em seu território, o presidente pediu para que bloco europeu permita que a Ucrânia se torne membro imediatamente.
Denys Shmyhal, primeiro-ministro da Ucrânia, disse em seu perfil do Twitter que “esta é a escolha da Ucrânia e do povo ucraniano. Nós mais do que merecemos”.
China pressiona Rússia
"Não há nada a ganhar com uma nova Guerra Fria", declarou o embaixador da China na ONU, Zhang Jun, ao tomar a palavra na reunião de urgência da Assembleia Geral da organização, nessa segunda-feira.
"A Guerra Fria acabou há muito tempo. A mentalidade da Guerra Fria baseada no confronto de blocos deve ser abandonada", frisou Zhang.
Em seu discurso, o representante chinês disse que "deve-se respeitar a soberania e a integridade de todos os países", bem como "todos os princípios da carta das Nações Unidas".
Estados Unidos bane diplomatas
Doze membros da missão diplomática da Rússia na ONU receberam ordens para deixar os Estados Unidos até 7 de março. Eles foram descritos pela porta-voz da missão americana como "agentes de inteligência".
O embaixador da Rússia na organização, Vassily Nebenzia, disse a repórteres em uma coletiva de imprensa na sede da ONU em Nova York que tinha acabado de ser informado sobre a expulsão.
Exército em usina nuclear ativa
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que o exército russo está perto da Usina Nuclear de Zaporizhia, maior unidade do país.
Segundo a entidade, vinculada à ONU, os seis reatores da central de Zaporizhia estão seguros neste momento. A situação está sendo atualizada com regularidade pelas autoridades ucranianas.
Direitos Humanos
No entanto, o chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, cancelou sua visita à Genebra devido às "sanções anti-russas" que o proíbem de sobrevoar a União Europeia (UE).
Soldados russos abatidos
Kiev atualizou para mais de 4,5 mil o número de soldados russos abatidos (mortos ou feridos) desde o início do ataque ordenado por Vladimir Putin, na quinta (24/2). Em contrapartida, Moscou não confirmou o número de vítimas, mas reconheceu ontem, pela primeira vez, que "há heróis" que morreram ou se feriram no conflito.
Leia mais: Qual é o impacto econômico das sanções na Rússia e no mundo?
Suíça deixa neutralidade
A Suíça vai apoiar de forma integral as sanções econômicas adotadas pela União Europeia (UE) contra a Rússia pela invasão da Ucrânia - informou o presidente Ignazio Cassis.
"Trata-se de um grande passo para a Suíça", um país tradicionalmente neutro, disse ele à imprensa, acrescentando que o Conselho Federal tomou essa decisão "com convicção, de uma forma reflexiva e inequívoca".