Apple, ExxonMobil e Boeing anunciaram na terça-feira a retirada ou congelamento de seus negócios na Rússia, à medida que mais gigantes corporativos americanos tomam medidas nesse sentido após a invasão da Ucrânia.
Os movimentos, que já ocorreram em vários setores e também foram anunciadas por empresas como Disney, Ford, Mastercard e outras, destacam o crescente custo econômico para a Rússia de invadir a Ucrânia, uma agressão que desencadeou sanções maciças de governos ocidentais.
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Ernesto Araújo critica Bolsonaro diante conflito da UcrâniaPutin pulveriza 16 crianças; solidário, Bolsonaro diz: 'não há massacre' Petróleo e gás estão no centro da guerraA empresa americana opera na Rússia em nome de um consórcio que inclui empresas russas, indianas e japonesas. É o único grande projeto que resta depois de sair de duas joint ventures na rodada de sanções contra a Rússia que veio com a anexação da Crimeia em 2014.
O movimento da ExxonMobil seguiu decisões do grupo britânico de energia BP e Shell de se retirar de projetos conjuntos na Rússia. A francesa TotalEnergies informou que permaneceria na Rússia, mas que se absteria de investir naquele país.
A ExxonMobil enfatizou que "o processo de retirada das operações precisará ser cuidadosamente gerenciado e coordenado de perto com os parceiros para garantir que seja executado com segurança".
- Outros gigantes rompem laços -
Na terça-feira, a Apple anunciou que interromperia todas as vendas de seus produtos na Rússia e limitaria o uso de seu serviço de pagamento Apple Pay e outros serviços no país.
"Estamos profundamente preocupados com a invasão russa da Ucrânia e estamos com todos aqueles que estão sofrendo como resultado da violência", disse a Apple.
O governo da Ucrânia, exortando seus cidadãos a combater as forças russas, apelou a todos os setores por ajuda, incluindo ao CEO da Apple, Tim Cook.
"Apelo a você (...) que pare de fornecer produtos e serviços da Apple à Federação Russa, incluindo o bloqueio do acesso à Apple Store!", escreveu o ministro ucraniano de Assuntos Digitais, Mykhailo Fedorov, em uma carta postada no Twitter na sexta-feira.
Por sua vez, a gigante da aviação Boeing anunciou que suspendeu seus serviços de apoio às companhias aéreas russas e suas operações em Moscou, uma medida que precedeu o anúncio do presidente dos EUA, Joe Biden, de proibir o uso do espaço aéreo americano para aviões russos.
A companhia aérea russa Aeroflot, que voa com os Boeing 737 e 777, anunciou na semana passada que suspenderia voos para a Europa em resposta à proibição de voos.
Os Estados Unidos e seus aliados europeus impuseram duras sanções a Moscou nos últimos dias, incluindo a suspensão do acesso a bancos russos selecionados do sistema SWIFT, enquanto Washington anunciou medidas especificamente direcionadas ao banco central do país.
Ao mesmo tempo, houve uma debandada de grandes empresas americanas que se distanciaram da Rússia e que afeta quase todos os setores.
A Disney e a WarnerMedia suspenderam os lançamentos de novos filmes na Rússia, enquanto pesos-pesados da tecnologia como Facebook, TikTok e Microsoft agiram para conter o alcance da mídia estatal russa acusada de desinformar sobre a invasão russa da Ucrânia.
A General Motors suspendeu as exportações de veículos para a Rússia, enquanto a rival de Detroit, a Ford, disse que estava suspendendo suas operações restantes na Rússia, incluindo a fabricação de caminhões comerciais.
As empresas de cartão de crédito Visa, Mastercard e American Express anunciaram que estavam bloqueando bancos russos de suas redes de pagamento após as sanções internacionais.
Na terça-feira, Moscou anunciou planos para um decreto presidencial destinado a impedir que o investimento estrangeiro deixe o país.
"Na atual situação de sanções, os investidores estrangeiros não serão guiados por fatores econômicos, mas por pressão política", disse o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin.
"Para permitir que as empresas tomem decisões informadas, um projeto de decreto presidencial foi preparado para introduzir restrições temporárias à saída de ativos russos". E acrescentou: "Ainda consideramos as empresas estrangeiras como potenciais parceiros".
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