A terceira parte das conclusões de uma longa investigação sobre a suposta corrupção durante sua presidência (2009-2018) foi entregue ao presidente Cyril Ramaphosa. Ela detalha como a empresa de serviços privados Bosasa acabou se misturando com os mais altos níveis do governo e o partido governante Congresso Nacional Africano (ANC).
Aguarda-se ainda uma quarta parte das conclusões, elaboradas após mais de quatro anos de investigação por uma comissão criada especificamente para isso.
O relatório estabelece um dossiê legal e insiste aos promotores que se encarregarem da investigação.
"A corrupção era o modo de operação do Bosasa", afirma o documento. A empresa "corrompeu amplamente políticos, funcionários, o presidente Jacob Zuma e outros".
O partido ANC montou seu "escritório de guerra" eleitoral nas instalações de Bosasa, com dinheiro de Bosasa, durante as eleições de 2011, 2014 e 2016.
Zuma, de 79 anos, deve ser julgado em um outro caso de suborno supostamente da década de 1990.
No entanto, processar Zuma não é isento de riscos. Como ele se recusou a testemunhar perante a comissão de inquérito no ano passado, a mais alta jurisdição do país ordenou sua prisão, o que levou a uma série de protestos que deixaram mais de 350 mortos em julho.
O ex-presidente foi libertado dois meses depois por motivos de saúde.
JOANESBURGO