Começou nesta quarta-feira (2) o primeiro julgamento criminal decorrente do ataque de 6 de janeiro de 2021 à sede do Congresso dos Estados Unidos por partidários do ex-presidente republicano Donald Trump, um caso que será observado de perto por sua relação com futuros processos.
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O promotor Jeffrey Nestler, em sua declaração de abertura, descreveu Reffitt como um "líder" do "pior ataque ao Capitólio desde a Guerra de 1812", quando as tropas britânicas incendiaram o prédio. "Uma multidão precisa de líderes", disse Nestler, para depois ressaltar que Reffitt era "a ponta de lança dessa horda".
William Welch, o advogado de defesa de Reffitt, negou que seu cliente tenha levado uma pistola para o Capitólio, e afirmou que ele nunca entrou no prédio ou agrediu alguém.
Mais de 750 pessoas foram presas nos Estados Unidos por seu papel na tentativa fracassada dos apoiadores de Trump (2017-2021) de impedir o Congresso de certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro de 2020.
Quase 220 pessoas se declararam culpadas de vários delitos, mas Reffitt é o primeiro a enfrentar um julgamento criminal por sua participação na violenta tomada do Capitólio, que deixou cinco mortos, entre eles um policial.
Reffitt, que se declarou inocente, chegou à manifestação com outros membros de um grupo antigovernamental de direita chamado Three Percenters, segundo o depoimento que apoia sua prisão. Fotos divulgadas pela polícia mostram o homem nos degraus do Capitólio com um capacete preto de motociclista e um colete à prova de balas.
De acordo com um depoimento, o filho e a filha adolescentes de Reffitt disseram ao FBI que seu pai, ao retornar ao Texas, os ameaçou para que não cooperassem com a polícia. "Se me entregar, você é um traidor e sabe o que acontece com traidores... Traidores levam tiro", teria dito Reffitt.
O homem foi detido em 19 de janeiro de 2021 e agentes do FBI apreenderam um fuzil de assalto AR-15 e uma pistola Smith & Wesson em sua casa em Wylie, subúrbio de Dallas. Desde então, ele está preso em Washington e pode pegar até 20 anos de prisão se for condenado.