"Nunca imaginei que um dia nessa vida ainda faria coquetéis molotov para o exército ucraniano", disse o deputado, que é integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), em uma publicação feita na noite de quinta-feira (3) no Instagram. O político, que também é conhecido como "Mamãe Falei", aparece sentado no chão, cercado por dezenas de engradados com garrafas.
Do Val se viu envolvido em polêmica nesta sexta-feira, após a divulgação de áudios nas redes sociais em que o deputado supostamente diz que as mulheres ucranianas "são fáceis, porque são pobres".
A assessoria de imprensa de Arthur do Val não confirmou a veracidade dos áudios e afirmou à AFP que o deputado está voando de volta para o Brasil neste momento.
O candidato presidencial e ex-juiz Sergio Moro, aliado político do MBL, repudiou as "graves declarações".
O deputado estadual viajou à Europa esta semana junto com outro representante do MBL, um grupo político de direita, para oferecer apoio aos ucranianos que enfrentam o exército da Rússia.
"Fizemos um monte de coquetel molotov a unidade onde a gente estava fez mais de 75 mil", relatou o deputado, em um vídeo gravado na fronteira entre Ucrânia e Eslováquia.
O MBL lançou uma campanha de arrecadação nas redes e informou ter reunido 180 mil reais que seriam destinados à compra de mantimentos para a Ucrânia. Arthur do Val entrou na Ucrânia na quinta-feira, através da fronteira com a Eslováquia, para entregar as provisões e depois deixou a zona de conflito, segundo ele mesmo publicou em suas redes.
Um assessor do gabinete do deputado confirmou nesta sexta-feira (4) à AFP que Arthur do Val retornaria ao Brasil no fim de semana devido a compromissos na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP).
O deputado questionou em suas redes o presidente Jair Bolsonaro, que tem evitado as críticas ao líder russo, Vladimir Putin, apesar de o Brasil ter apoiado uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que "condena nos mais duros termos a agressão da Rússia contra a Ucrânia".
"Não há debate aqui sobre o que Putin está fazendo. É unânime. O cidadão do leste europeu prefere encarar o diabo a se juntar à Rússia", escreveu Arthur do Val no Twitter.
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