O líder russo afirmou ainda que "não é sua intenção" atacar centrais nucleares ucranianas, segundo uma fonte da presidência francesa.
Durante a conversa de uma hora e 45 minutos, Macron viu Putin "muito decidido a conseguir seus objetivos", entre eles "o que o presidente russo chama de 'desnazificação' e neutralização da Ucrânia".
A conversa por telefone entre os dois, a pedido de Macron, foi a quarta desde o início da ofensiva russa na Ucrânia em 24 de fevereiro.
No diálogo anterior, a presidência francesa afirmou que Macron considerou que "o pior está por vir" e que Putin buscava assumir o controle "de todo o país".
Putin também pediu o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia (que Moscou anexou em 2014) e da independência dos territórios de língua russa do Donbass (leste da Ucrânia).
As exigências "são inaceitáveis para os ucranianos", explicou a presidência francesa.
Macron pediu a Putin que seu exército não coloque civis em perigo, de acordo com o direito internacional, algo que, segundo o governante russo, não está acontecendo.
O presidente francês respondeu que é "o exército russo que está atacando" e que "não tem motivos para acreditar que o exército ucraniano está colocando civis em perigo".
Putin acusou Kiev pelo fracasso da operação de retirada de civis da cidade portuária de Mariupol (sul), cercada pelas tropas russas, segundo o Kremlin.
Durante a conversa, Putin "chamou a atenção para o fato de que a Ucrânia continua a não respeitar os acordos a respeito do grave problema humanitário", afirma o comunicado do Kremlin, após duas tentativas frustradas de retirada em Mariupol, com as duas partes acusando o outro lado de violar o cessar-fogo.
Macron expressou preocupação com os ataques a instalações nucleares ucranianas depois que, em 4 de março, as forças russas cercaram a maior usina nuclear da Europa, em Zaporizhzhia.
"O presidente Putin disse que não era sua intenção atacar as centrais. Ele também disse que está disposto a respeitar as regras da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) sobre a proteção das usinas", afirmou a presidência francesa.
PARIS