"Diante da impossibilidade de escolher entre meus queridos músicos russos e franceses, decidi renunciar às minhas funções como diretor musical do Teatro Bolshoi em Moscou e da Orquestra Nacional do Capitólio em Toulouse com efeito imediato", informou Sokhiev em um comunicado.
"Sei que muitas pessoas esperavam que eu explicasse minha posição sobre o que está acontecendo no momento", em referência à guerra na Ucrânia, continuou o maestro em um comunicado, transmitido por seu empresário à AFP.
"Antes de tudo, quero lembrar o mais importante. Nunca apoiei e sempre serei contra qualquer tipo de conflito", disse.
Embora "algumas pessoas questionem o meu desejo de paz e pensem que como músico posso defender outras opções que não a paz (...), vejo isso como surpreendente e ofensivo", acrescentou Sokhiev, considerado um dos maestros mais promissores.
Sokhiev também criticou a forma como seus colegas "artistas, atores, cantores, dançarinos ou diretores de cinema recebem ameaças e são tratados de forma ameaçadora e são vítimas da cultura do cancelamento".
"Eles me pedem para escolher entre uma tradição cultural em vez de outra. (...) Em breve eles vão me pedir para escolher entre Tchaikovsky, Stravinsky e Shostakovitch ou Beethoven, Brahms e Debussy. Isso já acontece em um país europeu como a Polônia, onde música russa é proibida", lamentou.