A agência das Nações Unidas que supervisiona a atividade nuclear declarou em comunicado que o governo ucraniano lhe informou que a direção da central nuclear, situada no sudeste da Ucrânia, estava sob as ordens das forças russas.
Kiev também assinalou que os militares russos haviam cortado algumas redes móveis e de internet e que as linhas telefônicas, o e-mail e o fax tinham deixado de funcionar.
Segundo as autoridades ucranianas, apenas era possível efetuar comunicações por telefone celular, mas com qualidade baixa, informou a AIEA.
"Estou muito preocupado com os acontecimentos dos quais fui informado hoje", declarou o diretor-geral da AIEA, o argentino Rafael Grossi.
"Para poder explorar a central com total segurança, a direção e os funcionários devem estar autorizados a efetuar seus trabalhos, vitais, em condições estáveis, sem ingerência indevida ou pressão externa", acrescentou.
Nesse sentido, Grossi se disse "profundamente preocupado" pela "deterioração da situação das comunicações vitais entre a autoridade reguladora e a central nuclear de Zaporizhzhia".
Ademais, a AIEA indicou que o regulador nuclear ucraniano relatou que apenas conseguia se comunicar por e-mail com o pessoal da central ucraniana de Chernobyl, que foi tomada pelos soldados russos em 24 de fevereiro.
Ao que tudo indica, os funcionários já não podem fazer rotações de turno, por isso Grossi insistiu na "importância de que os trabalhadores possam descansar para efetuar suas importantes tarefas com total segurança".
A Ucrânia tem quatro centrais nucleares ativas, que produzem cerca de metade da eletricidade consumida no país, e vários depósitos nucleares como o de Chernobyl.