Jornal Estado de Minas

ATO

Em Barcelona, ucranianos pedem fim da invasão russa


Uma manifestação exigindo o fim da guerra na Ucrânia reuniu cerca de 800 pessoas na tarde deste domingo em Barcelona, na Espanha. Além da interrupção da invasão russa ao país, os participantes também pediam que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estabelecesse uma zona de interdição de voo para impedir que os aviões russos voassem.





O ato, organizado por grupos de ucranianos residentes na capital catalã, foi realizado na Plaça de Catalunya central, onde foi montado um palco decorado com a bandeira ucraniana e um grupo de pessoas cantou o hino ucraniano.

Alguns dos ucranianos acampados na Plaça de Catalunya contra a invasão russa não participaram da manifestação de paz deste domingo. Mas uma das pessoas que dorme em uma tenda na praça - e que não quis se identificar - defende a paz, mas não "a qualquer preço". 

O ato, organizado por grupos de ucranianos residentes na capital catalã, foi realizado na Plaça de Catalunya central (foto: Fabíola Iglesias/Especial para o EM)
"Se a Rússia depuser suas armas, a guerra termina". Se a Ucrânia depuser suas armas, a Ucrânia está acabada". Por esta razão, ele não confia no diálogo com a Rússia de Vladimir Putin para pôr um fim ao conflito e defende a luta armada: "Se eles nos atacam e nos matam, queremos resistir com armas".





Ponto de encontro antiguerra


A Plaça de Catalunya de Barcelona tornou-se o ponto de encontro diário dos ucranianos desde o início da guerra, há onze dias atrás. Todas as noites, pessoas com bandeiras ucranianas se reúnem lá e várias delas acampam na área durante a noite.

Ostap Petrushchak e Mykhailo Pashyn são dois dos jovens que estão acampados há 10 dias na Plaça de Catalunya em greve de fome contra o ataque da Rússia a seu país. Cerca de 20 pessoas também estão no local, acompanhando-os em sua demanda pelo fim do conflito. Eles estão pedindo um maior envolvimento dos outros países na ruptura das relações diplomáticas com a Rússia.

Tanto Petrushchak quanto Pashyn estão pedindo a adesão à União Européia e à Otan. E advertem que não é "a guerra da Ucrânia contra a Rússia, é a guerra do mundo da democracia contra a ditadura".





Os dois reforçaram o pedido para a Otan fechar o espaço aéreo, a fim de impedir que a Rússia atacasse desta forma. "A maioria deles (mísseis) são lançados em edifícios residenciais, escolas, jardins de infância e hospitais. Os civis sofrem e morrem. E estamos pedindo a ajuda da Otan", disseram.

Autoridades e ONGs engrossam coro

Entre os presentes, estava a presidente da Assembléia Nacional Catalã (ANC), Elisenda Paluzie, que expressou "admiração pela capacidade de resistência do povo ucraniano em sua luta pela liberdade e independência". Ela pediu aos catalães que mostrassem sua solidariedade em gestos concretos, como a doação de dinheiro ou materiais. 

Havia também representantes do Junts per-Catalunya (um partido político nacionalista e pró-independência catalão), que defende o confronto com o Estado espanhol como uma forma de alcançar a independência da Catalunha.





Artem Vorobyov, cônsul geral da Ucrânia em Barcelona, e representantes de Geórgia, Belarus, Cuba, Venezuela e Nicarágua, países cujos governos declaram apoio à Putin, reforçaram veementemente que o povo desses países não está de acordo com seus "governantes ditadores", como deixaram bastante claro durante toda a manifestação deste domingo de céu carregado de nuvens cinzentas.

Manifestação Paralela

Coincidindo com a manifestação ucraniana na Plaza Cataluña, várias dezenas de russos que se opõem à invasão da Ucrânia se reuniram na vizinha praça Universitat, onde membros daquela colônia também se reúnem desde o início do conflito.

Vários dos russos no comício levavam bandeiras ucranianas, enquanto outros levavam faixas com as cores da bandeira russa, nas quais estavam escritos slogans contra a invasão e contra o presidente Vladimir Putin.