A iniciativa "Call Russia" pretende mobilizar voluntários da diáspora russa e de língua russa para que efetuem chamadas aleatoriamente entre os 40 milhões de números de telefone colocados a sua disposição em uma lista que também pode ser consultada por meio de um smartphone.
Os promotores esperam que as pessoas comuns da Rússia fiquem a par do que está acontecendo na Ucrânia.
"Foi horrível escutar uma notícia de que uma mulher estava sob ataque de bombas em Kiev e que sua mãe, em Moscou, se negava a acreditar nela", declarou à AFP um dos idealizadores da campanha, Paulius Senuta.
Agora, Senuta espera que "milhares, centenas de milhares de membros da diáspora russa" em todo o mundo participem da iniciativa e que os contatos com as pessoas consigam romper a censura de informações imposta pela Rússia.
Senuta afirma que telefonou para três conhecidos seus em Moscou, mas que as conversas foram "muito difíceis".
"Estas pessoas estão em um espaço de informação completamente distinto e possuem pontos de vista radicalmente opostos", explica o lituano, que trabalha no setor de "marketing". "Às vezes, parece que somos cada um de um planeta".
Segundo ele, não se trata de convencer, a qualquer preço, os russos a renunciarem as suas opiniões sobre a situação.
"Convidamos as pessoas a falar sobre a tragédia, sobre o sofrimento humano", explica. "Não temos necessidade alguma de ligar para repreender ou ofender" alguém.
Desde que a Rússia iniciou a invasão, em 24 de fevereiro, o Kremlin estreitou o cerco aos veículos de comunicação independentes. Alguns tiveram que fechar, outros se viram obrigados a respeitar as novas regras, que criminalizam qualquer "informação falsa" publicada sobre o exército russo.
A Rússia também bloqueou o acesso às redes sociais como Facebook ou Twitter.
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