"Queremos mostrar nossa profunda consideração por todas as organizações italianas, todas as empresas da Itália que nos apoiam", afirmou o prefeito da cidade de Przemysl, junto de Salvini, líder do partido de direita Liga, que viajou à Polônia para apoiar o trabalho de acolhida aos refugiados ucranianos.
"Mas ao mesmo tempo (...) tenho um presente para você", acrescentou Wojciech Bakun, enquanto mostrava para as câmeras uma camiseta estampada com o rosto de Vladimir Putin e com a inscrição em russo: "Exército de Putin".
Salvino foi fotografado com uma camiseta similar em 2014 na Praça Vermelha, em Moscou.
"Gostaríamos de ir com o senhor para a fronteira e a um centro de acolhida de refugiados para que veja pessoalmente o que fez seu amigo, Putin, a todas essas pessoas que estão cruzando a fronteira, umas 50.000 por dia", lamentou, irritado, o prefeito.
Neste momento, Matteo Salvini se afastou da cena, dizendo, "lamento, lamento... Ajudamos os refugiados". Um fotógrafo italiano o insultou, chamando-o de "bufão, palhaço".
Desde o início da invasão russa à Ucrânia, Salvini tem sido alvo de críticas por sua admiração declarada a Vladimir Putin. "Homens como ele, que se preocupam com os interesses de seus próprios cidadãos, são necessários às dezenas" na Itália, disse em uma ocasião.
Ele vestiu a camiseta com a foto de Putin em uma audiência no Parlamento Europeu.
Conhecido por suas críticas à União Europeia e à política de acolhida aos migrantes, durante seu mandato como ministro do Interior, bloqueou vários barcos de salvamento de migrantes no Mediterrâneo em 2019. Uma ação pela qual é julgado desde setembro por sequestro e abuso de poder.
Agora, diante da crise na Ucrânia, mudou o discurso e pediu aos italianos que abram as portas aos refugiados ucranianos.
A guerra na Ucrânia pôs em apuros os grandes movimentos da extrema direita na Europa, que oscilam entre manter a lealdade ideológica com Vladimir Putin e a solidariedade com Kiev.
Aqueles que mantinham vínculos estreitos com Putin, especialmente pelos valores antiliberais e o culto ao "homem forte", têm dificuldades em se distanciar dele.
PRZEMYSL