Os telefones de uma pequena empresa de direitos audiovisuais de Estocolmo não param de tocar e todos querem a mesma coisa: exibir a série do ex-comediante e atual "herói" da resistência na Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na qual ele interpretava justamente o presidente do país.
"Estamos sobrecarregados. Os pedidos chegam do mundo todo para exibir a série", explica Nicola Soderlund, cofundador da empresa Eccho Rights.
Desde o início da invasão da Ucrânia pelas tropas russas, em 24 de fevereiro, canais de televisão como a o britânico Channel 4, o grego ANT 1 e o romeno PRO TV negociaram os direitos de exibição da série "Servo do Povo", criada em 2015.
"Assinamos 15 acordos e estamos negociando outros 20", explica Soderlund, que tem um cartaz da série em seu escritório. "Estamos em conversas com emissoras da América Latina, Estados Unidos, com a Netflix... com muitas pessoas".
Na Itália, três ou quatro empresas lutam para conseguir os direitos. Na Grécia, a série é exibida todas as noites.
Para o executivo sueco, "acontece ao mesmo tempo uma solidariedade com os ucranianos e a curiosidade para ver quem é Zelensky", que passou de um ator desconhecido fora de seu país a um símbolo da resistência contra a invasão russa.
Soderlund conhece o presidente ucraniano há 10 anos. Em 2012, Zelensky criou um concurso de comédia ("Crack them up"), que distribuía dinheiro para quem conseguia provocar risada em um júri de comediante. O programa foi adaptado em vários países, como Vietnã, China ou Finlândia.
"Almocei com ele em Kiev, tinha várias ideias loucas e divertidas", recorda.
Em seu smartphone, ele mostra as fotos ao lado de Zelensky no Festival de Cinema de Cannes (França), em 2016.
Impossível acreditar, na época, que o "ator tão engraçado e querido pelo público ucraniano" se transformaria no grande inimigo de Vladimir Putin, reconhece Soderlund, apesar de ter interpretado o papel de Napoleão invadindo a Rússia.
Para Soderlund, "agora ele é um líder mundial que encarna e fala a toda a nação", a partir da capital, Kiev, cercada.
"Precisávamos de um herói como ele, depois dos Trump e companhia", afirma Fredrik af Malmborg, diretor da Eccho Rights.
O tema da série "Servo do Povo" era premonitório: um professor de história que vira presidente da Ucrânia. Um grande sucesso no país que ajudou Zelensky a iniciar a carreira política e vencer as eleições de 2019 à frente de um partido que ele chamou de... "Servo do Povo".
"Sempre nos dizia que nos Estados Unidos eles tiveram presidentes atores", conta, sorrindo, Malmborg.
A Eccho atualmente não tem contato com Zelensky, mas recentemente conseguiu falar com seus interlocutores na Ucrânia, após dias sem notícias devido à guerra.
"Uma delas fugiu para a Turquia e outra para Roterdã e mantém contato com 'Vova', o diminutivo de Volodymyr, que segue usando as pessoas próximas para a comunicação", disse.
Os números são confidenciais, mas a Eccho considera que os contratos assinados, e os próximos, representam um milhão de euros" (US$ 1,1 milhão). E em seu catálogo a empresa tem outra série de Zelensky, "Svaty" ("Família política").
A Eccho Rights, que tem 40 funcionários, anunciou uma doação de 50 mil euros à Cruz Vermelha e pretende enviar mais dinheiro, de acordo com a assinatura com contratos.
NETFLIX
"Estamos sobrecarregados. Os pedidos chegam do mundo todo para exibir a série", explica Nicola Soderlund, cofundador da empresa Eccho Rights.
Desde o início da invasão da Ucrânia pelas tropas russas, em 24 de fevereiro, canais de televisão como a o britânico Channel 4, o grego ANT 1 e o romeno PRO TV negociaram os direitos de exibição da série "Servo do Povo", criada em 2015.
"Assinamos 15 acordos e estamos negociando outros 20", explica Soderlund, que tem um cartaz da série em seu escritório. "Estamos em conversas com emissoras da América Latina, Estados Unidos, com a Netflix... com muitas pessoas".
Na Itália, três ou quatro empresas lutam para conseguir os direitos. Na Grécia, a série é exibida todas as noites.
Para o executivo sueco, "acontece ao mesmo tempo uma solidariedade com os ucranianos e a curiosidade para ver quem é Zelensky", que passou de um ator desconhecido fora de seu país a um símbolo da resistência contra a invasão russa.
Soderlund conhece o presidente ucraniano há 10 anos. Em 2012, Zelensky criou um concurso de comédia ("Crack them up"), que distribuía dinheiro para quem conseguia provocar risada em um júri de comediante. O programa foi adaptado em vários países, como Vietnã, China ou Finlândia.
"Almocei com ele em Kiev, tinha várias ideias loucas e divertidas", recorda.
Em seu smartphone, ele mostra as fotos ao lado de Zelensky no Festival de Cinema de Cannes (França), em 2016.
- Napoleão -
Impossível acreditar, na época, que o "ator tão engraçado e querido pelo público ucraniano" se transformaria no grande inimigo de Vladimir Putin, reconhece Soderlund, apesar de ter interpretado o papel de Napoleão invadindo a Rússia.
Para Soderlund, "agora ele é um líder mundial que encarna e fala a toda a nação", a partir da capital, Kiev, cercada.
"Precisávamos de um herói como ele, depois dos Trump e companhia", afirma Fredrik af Malmborg, diretor da Eccho Rights.
O tema da série "Servo do Povo" era premonitório: um professor de história que vira presidente da Ucrânia. Um grande sucesso no país que ajudou Zelensky a iniciar a carreira política e vencer as eleições de 2019 à frente de um partido que ele chamou de... "Servo do Povo".
"Sempre nos dizia que nos Estados Unidos eles tiveram presidentes atores", conta, sorrindo, Malmborg.
A Eccho atualmente não tem contato com Zelensky, mas recentemente conseguiu falar com seus interlocutores na Ucrânia, após dias sem notícias devido à guerra.
"Uma delas fugiu para a Turquia e outra para Roterdã e mantém contato com 'Vova', o diminutivo de Volodymyr, que segue usando as pessoas próximas para a comunicação", disse.
Os números são confidenciais, mas a Eccho considera que os contratos assinados, e os próximos, representam um milhão de euros" (US$ 1,1 milhão). E em seu catálogo a empresa tem outra série de Zelensky, "Svaty" ("Família política").
A Eccho Rights, que tem 40 funcionários, anunciou uma doação de 50 mil euros à Cruz Vermelha e pretende enviar mais dinheiro, de acordo com a assinatura com contratos.
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