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Estado de Minas GUERRA

Diplomacia entre Rússia e Ucrânia está ofuscada por ataque a hospital

Ucrânia acusa Rússia de alvejar hospital pediátrico no sudeste do país. Bombardeio provoca fúria da comunidade internacional


10/03/2022 08:51 - atualizado 10/03/2022 09:25

Hospital pediátrico na Ucrânia atacado pela Rússia
Hospital pediátrico na Ucrânia atacado pela Rússia (foto: Handout / National Police of Ukraine / AFP)


A poucas horas do primeiro encontro de alto nível entre autoridades de Kiev e de Moscou, a Ucrânia acusou a Rússia de bombardear o Complexo Médico Territorial para a Saúde de Crianças e de Mulheres, um hospital pediátrico e maternidade situado em Mariupol (sudeste). "Ataque direto das tropas russas a uma maternidade. Pessoas, crianças estão sob os escombros. Atrocidade! Por quanto tempo o mundo será cúmplice, ao ignorar o terror? Fechem os céus agora! Parem com os assassinatos! Vocês têm o poder, mas parecem perder a humanidade", escreveu o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que chamou o incidente de "crime de guerra" e de "prova de genocídio".

A comunidade internacional condenou, de forma unânime, o bombardeio atribuído a Moscou. Até o fechamento desta edição, Pavlo Kirilenko, líder da região sul de Donetsk, confirmou 17 adultos feridos, incluindo funcionários do hospital de Mariupol.

A porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, não negou o ataque, mas admitiu que "batalhões nacionalistas" ucranianos tinham montado no local posições de tiro e retirado pacientes e funcionários. Zakharova também anunciou progressos em mais um diálogo entre negociadores das duas partes e sinalizou com uma moderação do Kremlin. "Os objetivos da Rússia não incluem a ocupação da Ucrânia, a destruição de seu Estado ou a derrubada do governo atual", assegurou.

As declarações da representante da chancelaria de Moscou foram recebidas  com ceticismo. Hoje, os ministros das Relações Exteriores Serguei Lavrov (Rússia) e Dmytro Kuleba (Ucrânia) se reunirão em Antália, um balneário do Mar Mediterrâneo, no sul da Turquia. O homólogo turco Mevlut Cavusoglu será o mediador do diálogo. O presidente russo, Vladimir Putin, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, conversaram por telefone sobre "opções para esforços políticos e diplomáticos".

Apesar de Zakharova afirmar que a "operação especial" não tem como alvo os moradores, a prefeitura de Mariupol anunciou que, desde o início do cerco à localidade, em 1º de março, 1.207 civis morreram  somente na cidade. "Nove dias de genocídio da população civil", denunciou a nota. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha classificou a situação em Mariupol como "apocalíptica". O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, chamou o ataque de "imoral". Por sua vez, a ONU pediu "o fim imediato dos ataques a instalações de saúde, hospitais, profissionais de saúde e ambulâncias". O Vaticano, por meio do secretário de Estado e cardeal Pietro Parolin, disse que o bombardeio a um hospital é "inaceitável". "Não há razões, não há motivações para fazer isso."


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