"O objetivo destas pesquisas biológicas financiadas pelo Pentágono na Ucrânia era criar um mecanismo para a disseminação secreta de patógenos mortais", disse o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, em sua coletiva de imprensa matinal.
Segundo ele, Moscou recuperou "documentos enviados por funcionários de laboratórios ucranianos", evocando "a transferência de biomateriais humanos coletados na Ucrânia para países estrangeiros a pedido de representantes americanos".
Konashenkov também citou um "projeto americano para a transferência de patógenos por pássaros selvagens migratórias entre Ucrânia e Rússia e outros países vizinhos".
O porta-voz disse que os Estados Unidos pretendiam "realizar trabalhos sobre patógenos de pássaros, morcegos e répteis na Ucrânia em 2022", assim como a "possibilidade de propagação da peste suína africana e do antraz".
"Nos laboratórios estabelecidos e financiados na Ucrânia, esses documentos mostram que foram feitos experimentos com amostras de coronavírus de morcego", afirmou Konashenkov.
O ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, denunciou nesta quinta-feira, na Turquia, "fatos absolutamente escandalosos sobre o que o Pentágono faz nos laboratórios biológicos criados com seu dinheiro".
O chefe da diplomacia, que se reuniu com seu homólogo ucraniano na Turquia, acusou Washington de usar "o território ucraniano para realizar experimentos com agentes patógenos que podem ser usados para criar armas biológicas".
Lavrov afirmou que os americanos "desempenham essas atividades no maior sigilo" criando laboratórios "ao longo do perímetro da Rússia e da China".
Estados Unidos e Ucrânia negaram a existência de laboratórios para produzir armas biológicas neste país, que enfrenta uma ofensiva de dezenas de milhares de soldados russos desde 24 de fevereiro.
Em 2018, a Rússia acusou os Estados Unidos de fazer, em sigilo, experimentos biológicos em um laboratório na Geórgia. Assim como a Ucrânia, esta ex-república soviética também quer ingressar na OTAN e na União Europeia.
Para justificar sua ofensiva, Moscou indicou que a Ucrânia queria se dotar do armamento nuclear, ao qual renunciou voluntariamente na década de 1990.