Vinte e cinco diplomatas, que representaram o Estado afegão antes da retomada do poder pelos talibãs em agosto, já não poderão mais se beneficiar de seu status diplomático e deverão, em um mês, solicitar um novo visto para permanecer nos Estados Unidos com suas famílias, disse um funcionário à AFP sob condição de anonimato.
O Departamento de Estado pretende, em coordenação com eles e a partir da próxima da semana, "facilitar um fechamento ordenado para proteger e preservar todas as propriedades da missão diplomática nos Estados Unidos até que possam retomar as operações", afirmou.
Os talibãs não são reconhecidos pela comunidade internacional e não assumiram o controle real das missões diplomáticas, que não estão sendo financiadas e que, frequentemente, estão nas mãos de diplomatas leais ao governo pró-ocidente deposto.
"A embaixada e os consulados afegãos (em Los Angeles e Nova Iorque) estão experimentando graves dificuldades financeiras, suas contas bancárias não estão mais disponíveis", continuou um alto funcionário americano.
Disse que o congelamento dos fundos com centenas de milhares de dólares foi decidido pelos bancos e não pelo governo.
"Não temos a intenção de aceitar os diplomatas designados pelos talibãs nesse momento", destacou a fonte. "Pode acontecer muito mais tarde, se decidirmos pelo reconhecimento oficial" dos talibãs como autoridade legítima de Cabul.
Em janeiro, o embaixador afegão em Pequim renunciou após ficar sem financiamento de Cabul.
No começo de fevereiro, após a visita de uma delegação do talibã à Noruega para manter os laços com vários diplomatas ocidentais, o Ministro das Relações Exteriores talibã disse à AFP que seu governo estava "mais próximo" de ser reconhecido.
"É nosso direito, o direito dos afegãos", acrescentou Amir Khan Muttaqi. "A comunidade internacional deseja interagir conosco".
WASHINGTON