Mísseis foram disparados neste domingo (noite de sábado, 12, no Brasil) em Erbil, capital da região autônoma do Curdistão, no norte do Iraque, sem deixar feridos, informaram autoridades locais. Um jornalista da AFP em Erbil ouviu três explosões.
"Vários mísseis caíram na cidade de Erbil", informou o governador Omid Khoshnaw, citado pela agência de notícias INA.
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Iraque restaura antigas esculturas destruídas pelo EIJustiça iraquiana ordena Curdistão a entregar todo seu petróleo a BagdáParlamento iraquiano adia eleição presidencial por falta de quórumO canal de televisão local Kurdistan24, cujos estúdios se encontram perto das novas instalações do consulado americano, publicou nas redes sociais imagens de seus escritórios danificados, com os vidros quebrados.
O ministério da Saúde de Erbil informou que os mísseis não deixaram feridos e o aeroporto da cidade indicou não ter registrado danos, negando qualquer interrupção dos voos.
"Nós condenamos este ataque terrorista, lançado contra vários setores de Erbil, (e) apelamos aos moradores que mantenham a calma", informou em nota o primeiro-ministro do Curdistão, Masrur Barzani.
Os disparos de foguetes ou de drones armados costumam ter como alvo os interesses americanos e tropas da coalizão internacional antijihadista no Iraque, onde grupos armados pró-Irã pedem a saída dos soldados americanos.
No fim de janeiro, seis foguetes foram disparados contra o aeroporto internacional de Bagdá, sem deixar vítimas. Aquele tinha sido o último de uma série de ataques que costumam ser atribuídos por Washington às facções iraquianas pró-Irã.
O país sofreu no começo do ano um recrudescimento deste tipo de ataques. O Irã e vários grupos aliados na região rememoraram então o segundo aniversário da morte do general iraniano Qassem Soleimani e de seu lugar-tenente iraquiano, Abu Mehdi al-Muhandis, atingidos por um disparo de um drone americano no Iraque em janeiro de 2020.
Em Erbil, o último ataque do gênero remonta a setembro, quando "drones armados" tiveram o aeroporto como alvo.
Estes ataques também ocorrem em um contexto pós-eleitoral tenso, marcado por negociações intermináveis para formar uma coalizão parlamentar, eleger um presidente e designar um primeiro-ministro.