Nas fotos feitas em agosto de 2021, o casal revela sua alegria – a mulher visitando a cidade onde o marido nasceu e cresceu, enquanto ele, como não poderia deixar de ser, sentindo-se “em casa”, rodeado de familiares, falando a língua pátria e curtindo as belezas arquitetônicas e os parques.
“Jamais poderíamos imaginar que, sete meses depois, tudo seria tão diferente, um cenário de guerra”, desabafa a belo-horizontina Raíssa Kolesnikova, de 32 anos, casada desde 2016 com o ucraniano Sergii Kolesnikov, de 34, se referindo à guerra na Europa provocada pela invasão russa à Ucrânia. Os dois produtores culturais moram em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
“Jamais poderíamos imaginar que, sete meses depois, tudo seria tão diferente, um cenário de guerra”, desabafa a belo-horizontina Raíssa Kolesnikova, de 32 anos, casada desde 2016 com o ucraniano Sergii Kolesnikov, de 34, se referindo à guerra na Europa provocada pela invasão russa à Ucrânia. Os dois produtores culturais moram em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Passando o fim de semana em Ipatinga, no Vale do Aço, em visita à família de Raíssa, o casal acompanha, pela internet, o noticiário sobre o avanço das tropas russas e o cerco à capital ucraniana. “Parte da minha família conseguiu sair de Kiev, correndo riscos, pois, além dos ataques aéreos, os militares russos estavam atirando nos carros dos civis”, conta Sergii (pronuncia-se Serguei), artista de circo, graduado em Kiev e especializado em malabarismo.
Para mais vídeos explicativos, acesse o canal do #PRAENTENDER
Segundo Sergii, os pais dele, a irmã e filhos (uma menina de 9 e um menino de 2) conseguiram sair de Kiev, indo, primeiramente, para uma localidade na fronteira com a Moldávia. Depois, seguiram para a Bulgária onde receberam abrigo do governo.
“Minha sobrinha de 9 anos não para de chorar, em total desespero, pois o pai teve que ficar na Ucrânia. Meu irmão de 33 anos, que trabalhava no circo, também foi obrigado a ficar no país”, explica Sergii. Devido à guerra, os homens na faixa etária de 18 a 60 anos não podem deixar o país desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Na apresentação de “Corteo”, em 2013, em BH, ele e Raíssa se conheceram e começaram a namorar. “Gosto de Belo Horizonte, do clima...tem muitos bares. Não pretendo voltar para meu país, pretendo ficar aqui definitivamente”, diz o “homem de Kiev” – vale aqui tomar emprestado o título do filme de sucesso em 1968.
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Segundo Sergii, os pais dele, a irmã e filhos (uma menina de 9 e um menino de 2) conseguiram sair de Kiev, indo, primeiramente, para uma localidade na fronteira com a Moldávia. Depois, seguiram para a Bulgária onde receberam abrigo do governo.
“Minha sobrinha de 9 anos não para de chorar, em total desespero, pois o pai teve que ficar na Ucrânia. Meu irmão de 33 anos, que trabalhava no circo, também foi obrigado a ficar no país”, explica Sergii. Devido à guerra, os homens na faixa etária de 18 a 60 anos não podem deixar o país desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Experiência no Cirque du Soleil
“O circo é muito forte na Ucrânia. Na minha família, temos várias pessoas na atividade. Comecei aos 8 anos, fui para a escola e depois fiz faculdade de circo”, conta Sergii, que, após graduado, entrou para o Cirque du Soleil e começou a viajar pelo mundo, participando dos espetáculos “Corteo” e “Viaggio”.Na apresentação de “Corteo”, em 2013, em BH, ele e Raíssa se conheceram e começaram a namorar. “Gosto de Belo Horizonte, do clima...tem muitos bares. Não pretendo voltar para meu país, pretendo ficar aqui definitivamente”, diz o “homem de Kiev” – vale aqui tomar emprestado o título do filme de sucesso em 1968.
Vaquinha virtual para ajudar os irmãos
“Em casa, falamos mais em inglês. Sergii conversa em português com minha mãe, Denise (psicóloga). Sei o básico de ucraniano, palavras mesmo para não passar fome”, brinca Raíssa, registrada com esse nome em homenagem a Raíssa Gorbacheva (1932-1999), casada com o presidente Mikhail Gorbachev e última primeira-dama da extinta (em 1991) União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Sergii nasceu na Ucrânia antes da independência do país, ocorrida há três décadas.Cada imagem da Ucrânia sob bombardeios, é uma golpe no coração de Sergii Kolesnikov, preocupado com a situação dos conterrâneos que ficam ou que deixam sua terra natal. Para ajudar aos irmãos em Kiev e a família na Bulgária, necessitada de comida, roupas e outros produtos, pois saíram às pressas da Ucrânia, Sergii criou uma vaquinha eletrônica para arrecadar recursos para parentes na Rússia e Europa.