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Estado de Minas CONFLITOS MUNDIAIS

ONU teme pela Ucrânia, mas chama a atenção para outros conflitos mundiais

Organização Nações Unidas prevê mais de 4 milhões de refugiados da Ucrânia, mas alerta para a situação dos refugiados de outros 33 países


14/03/2022 15:07 - atualizado 14/03/2022 19:00

guerra
Mais de 2,5 milhões de pessoas já cruzaram a fronteira de países vizinhos à Ucrânia (foto: ACNUR/Chris Melzer)
A escalada do conflito na Ucrânia causou a destruição da infraestrutura civil e vítimas civis, forçando as pessoas a fugir de suas casas em busca de segurança, proteção e assistência. De acordo com a Acnur, agência das Nações Unidas para refugiados, o número de cidadãos obrigadas a deixar o país pode chegar a 4 milhões.

Somente na primeira semana de conflito com a Rússia, o número chegou a 1 milhão e o total já soma mais de 2,5 milhões, estima a ONU. O país tem uma população estimada em 44,13 milhões de habitantes.
A guerra na Ucrânia vem causando uma mobilização internacional como poucas vezes se viu nas últimas décadas. Mesmo sem nenhum país ter enviado tropas, os ucranianos vem recebendo apoio militar, ajuda humanitária e manifestações de aliança de diversas partes do mundo. Em questão de dias, os Estados Unidos e Europa impuseram à Rússia um dos maiores pacotes de sanções internacionais já vistas contra outro país.
 
No entanto, quando comparada com outros conflitos que existem no mundo hoje, há mais mortes e sofrimento humano sendo causados em outras guerras que recebem menos atenção e ajuda internacional. Em seu Relatório Semestral de 2021, a Acnur estima que o deslocamento forçado global teve um aumento acentuado em relação aos 82,4 milhões relatados no final de 2020.
 
No final de junho de 2021, o número de refugiados ultrapassou 20,8 milhões. Mais da metade dos novos reconhecimentos são originários de cinco países: República Centro-Africana (71.800), Sudão Sul  (61.700), Síria (38.800), Afeganistão (25.200) e Nigéria (20.300). No mesmo período, havia 92.100 novos venezuelanos deslocados na América Latina e no Caribe.
 
O número de solicitantes da condição de refugiado subiu para 4,4 milhões, em comparação com os 4,1 milhões no final de 2020. A ONU classifica o Iêmen como a pior situação humanitária do mundo.
 
O conflito no país do Sudoeste da Ásia já dura pelo menos 11 anos e registra mais de 233 mil mortos e 2,3 milhões de crianças em desnutrição aguda. Falta água potável e atendimento médico à população.
 
A Acnur continua respondendo às situações de deslocamento interno em 33 países. Em meados de 2021, o número de pessoas deslocadas internamente aumentou para quase 50,9 milhões. A intensificação da violência levou a novos deslocamentos significativos no Afeganistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Moçambique, Mianmar, Sudão do Sul e países da região do Sahel, entre outros locais. 
 
O Sahel que significa "costa" ou "fronteira", é uma faixa de 500 a 700 quiolômetros de largura, em média, e 5.400 quiolômetros de extensão, entre o deserto do Saara, ao norte, e a savana do Sudão, ao sul; e entre o oceano Atlântico, a oeste, e ao mar Vermelho, a leste.
 
No primeiro semestre de 2021, milhões de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas devido a conflitos armados, violência generalizada ou violações dos direitos humanos. Muitas delas enfrentaram desafios adicionais devido à  COVID-19, desastres, condições meteorológicas extremas e outros efeitos das mudanças climáticas.
 
Países que fazem fronteira com a Ucrânia são os mais procurados pelos refugiados
(foto: ARTE: SORAIA PIVA/EM)
Na Etiópia, localizada na região conhecida como "chifre da África'",  uma guerra que se arrasta há 16 meses, já deixou 900 mil pessoas em situação de fome, segundo estimativa do governo norte-americano. Rebeldes que lutam no país dizem que mais de 9 milhões de etíopes necessitam de algum tipo de ajuda alimentar, segundo a Acnur.
 
A base é uma disputa entre diferentes grupos étnicos que tentam conviver há quase 30 anos. Desde 1994, a Etiópia tem um sistema de governo federativo às vezes chamado de federalismo étnico, em que cada uma das dez regiões do país é controlada por diferentes grupos étnicos.
 
Também no chifre da África, a Somália vive vinte anos de conflito e ondas de seca desarraigaram um quarto dos 7,5 milhões de habitantes do país. Enquanto a região enfrenta sua seca mais severa em 60 anos, o êxodo somali está crescendo rapidamente. 
 
No Mali, segundo a Acnur, após a violência, hostilidades, violações dos direitos humanos e uma situação humanitária em rápida deterioração na parte norte do país desde janeiro de 2012, um grande número de malianos busca refúgio em Burkina Faso, Mauritânia e Níger ou deslocados internamente.
 
A região do Sahel Central (Burkina Faso, Mali e Níger) está enfrentando uma grave crise humanitária e de proteção, levando milhões de pessoas a fugir de suas casas. Ataques indiscriminados de grupos armados contra civis, execuções sumárias de homens, uso generalizado de estupros contra mulheres, bem como ataques a instituições do Estado, incluindo escolas e unidades de saúde, são os mais recentes fatores de deslocamento que impactam uma região que já sofre com as mudanças climáticas, pobreza, falta de oportunidades econômicas e serviços básicos, segundo relatório da Acnur. 
 
A situação humanitária no Afeganistão deteriorou-se em 2021. Cerca de 3,5 milhões de pessoas estão atualmente deslocadas pelo conflito. No Irã e no Paquistão, vizinhos do Afeganistão, também há 2 milhões de refugiados afegãos registrados. A maioria desses refugiados fugiu do Afeganistão ao longo dos anos, desde 1979.
 
Outros 5,3 milhões de refugiados retornaram ao Afeganistão em fases, desde 2002, mas essa tendência vem diminuindo nos últimos tempos, conforme a agência. Em agosto de 2021, a Acnur também divulgou um aviso de não retorno para o Afeganistão, pedindo a suspensão do retorno forçado de cidadãos afegãos, incluindo requerentes de asilo que tiveram seus pedidos rejeitados. 
 
Desde 2011, mais de 5,6 milhões de refugiados fugiram da Síria, buscando segurança na Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque, Egito, causando forte impacto nas comunidades anfitriãs. Conforme a ONU, o financiamento para a resposta humanitária não está atendendo às necessidades. Mais de 2 milhões de pessoas sofreram algum tipo de ferimento. Mais da metade da população do país antes da guerra (que era de 22 milhões) tiveram de deixar suas casas. 
 
O conflito deixou mais de 380 mil mortos, arrasou cidades e envolveu outros países estrangeiros. Mais de 200 mil pessoas estão desaparecidas - presume-se que morreram.



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