Em sua primeira entrevista coletiva com correspondentes internacionais, o presidente de esquerda de 36 anos defendeu a integração regional para além da política.
Ele acrescentou que a questão migratória e os acordos comerciais devem ser canalizados através da relação institucional dos países, acima da lógica de esquerda ou direita.
"É necessário e importante que a América Latina volte a ter uma voz no mundo, que estamos perdendo há muito tempo", disse o presidente chileno, que assumiu o cargo na sexta-feira para substituir o conservador Sebastián Piñera.
"Isso não depende, claro, de uma única pessoa. Vamos humildemente contribuir nesse sentido para a região", disse.
Boric afirmou que "devemos parar de criar organizações baseadas nas afinidades ideológicas dos líderes da vez".
"Nesse sentido, o Prosul, a Unasul, o Grupo de Lima e a série de siglas já conhecidas, muitas vezes agrupadas por afinidades (...), mostraram que não são úteis para nos unir e avançar na integração", acrescentou.
"Nossas relações com os países são institucionais", disse Boric, sem esconder sua afinidade com o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva; com o candidato da esquerda colombiana Gustavo Petro; ou com proposições do Movimento ao Socialismo (MAS) no governo boliviano.
Ele também anunciou que sua primeira viagem oficial ao exterior será à Argentina, possivelmente em abril.
Boric começou nesta segunda-feira sua primeira semana como o presidente mais jovem do Chile.
SANTIAGO