"A princípio pensei que fosse algum grilo que estava por aí vocalizando, mas percebi e fiquei atento", lembra Brito.
Em fevereiro, a revista Neotropical Biodiversity relatou a descoberta. Em seu artigo, Brito e o biólogo equatoriano Diego Batallas descreveram o som dessa espécie que vive nas serras amazônicas de Cutucú e Cóndor.
"O som é muito sutil e muito difícil de ouvir em campo", diz Batallas.
Os sapos Rhinella festae não possuem cordas vocais. Esta variedade é conhecida como o sapo do Vale de Santiago.
De pele morena e áspera, pode medir entre 45 e 68 milímetros e caracteriza-se por sua cabeça terminar em uma proeminência nasal.
"É muito provável que existam espécies que passaram despercebidas e que devido a processos evolutivos que não conhecemos - que podem ser antipredatórios ou efeitos do meio ambiente - não precisam que seus sons sejam ouvidos muito longe", disse Batallas.
No caso do Rhinella festae, seu coaxar é um anúncio de sua chegada. Em outras espécies, está associado ao namoro e à defesa do território.
O Equador, um país pequeno, mas diverso, tem 658 espécies de anfíbios registradas. Destas, 623 correspondem a sapos e rãs e quase 60% estão em risco ou em perigo crítico de desaparecer.
QUITO