A tripulação - composta por seu comandante Oleg Artemiev e por Denis Matveyev e Serguei Korsakov - decolou às 15h55 GMT (12h55 de Brasília) e voará três horas até a ISS, onde será recebida por uma equipe de dois russos, quatro americanos e um alemão.
Até pouco tempo atrás, a cooperação espacial entre a Rússia e os países ocidentais era uma das poucas áreas que não sofreram muito com as sanções decretadas contra Moscou após a anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014.
No entanto, as tensões começaram a aumentar, especialmente depois que o presidente russo Vladimir Putin nomeou o nacionalista Dmitry Rogozin como chefe da agência espacial russa Roscosmos em 2018.
Rogozin mostra regularmente apoio ao que a Rússia chama de "uma operação militar especial" na Ucrânia e afirmou que as recentes sanções ocidentais introduzidas contra Moscou poderiam causar a queda da ISS.
Segundo ele, a operação das naves russas que abastecem a ISS será afetada pelas sanções, que afetarão o segmento russo da estação.
Consequentemente, isso poderia causar "'splashdown' ou 'aterrissagem' da ISS com um peso de 500 toneladas", alertou em 12 de março.
Os propulsores da nave russa ancorada na estação são usados para corrigir a órbita da estrutura espacial.
Esse procedimento é feito dez vezes por ano para mantê-lo na altitude certa ou para evitar detritos espaciais em seu caminho.
Os americanos sozinhos não têm essa capacidade, confirmou Joel Montalbano, gerente do programa da estação da NASA, na segunda-feira.
"A Estação Espacial foi projetada com base no princípio da interdependência (...) não é um processo em que um grupo pode se separar de outro", acrescentou.
"Atualmente, não há indícios de que nossos parceiros russos queiram fazer as coisas de forma diferente. Portanto, planejamos continuar as operações como fazemos hoje", disse ele.
No mais recente revés na cooperação espacial, a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou na quinta-feira que suspendeu a missão russo-europeia ExoMars e que busca alternativas para o lançamento de outras quatro missões devido à ofensiva na Ucrânia.
Dmitri Rogozin descreveu este fato como "amargo" e garantiu que a Rússia poderá realizar esta missão sozinha em "alguns anos".