Mahuchikh, de 20 anos, subiu no degrau mais alto do pódio com a bandeira da Ucrânia e dedicou a medalha a seus compatriotas.
"Antes de ir para a pista, meu espírito estava completamente focado na Ucrânia em virtude dos terríveis acontecimentos. Esta medalha é, antes de tudo, para o meu país, para o meu povo, para meu exército", disse a jovem atleta.
Mahuchikh, que agora vai morar com a mãe e a irmã mais velha na Alemanha, contou que viveu um pesadelo para chegar à Sérvia para competir no Mundial de Atletismo.
"Em 24 de fevereiro, acordei com o barulho de duas explosões. Rapidamente liguei para meus pais e meu reinador. Entendi que os russos tinham começado a guerra contra o povo ucraniano. A situação era muito difícil e tive que deixar minha cidade, Dnipro. Nesse momento, não pensava mais nos treinamentos e não acreditava que seria possível chegar ao Mundial. Mas recebi uma ligação da Federação Ucraniana pedindo para vir a Belgrado para proteger nosso país na pista. Começamos então uma viagem de três dias de carro sob as bombas e acompanhados pelo som das sirenes", contou Mahuchikh.
O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, manifestou sua admiração por Mahuchikh em uma carta entregue à atleta na cerimônia de premiação.
"Sua atuação é a prova de sua paixão pelo nosso esporte e sua determinação em um momento tão terrível para o seu país", escreveu Coe.
BELGRADO