Jornal Estado de Minas

BRUXELAS

UE aprovou aumento de gastos militares para munir-se de meios de intervenção

A União Europeia (UE) aprovou nesta segunda-feira (21) uma nova estratégia que inclui a constituição de uma força militar para poder realizar por si própria intervenções militares até 2025.



"Não é a resposta à guerra na Ucrânia, mas faz parte da resposta", disse o chefe da diplomacia europeia Josep Borrell em um encontro com ministros de Relações Exteriores e de Defesa do bloco.

"Quando começamos a trabalhar, não podíamos imaginar que no último momento da aprovação a situação estaria tão ruim e que a Europa enfrentaria um desafio tão grande", acrescentou.

"A UE não está suficientemente equipada para fazer frente às ameaças e desafios atuais", alerta o documento elaborado para a reunião, ao qual a AFP teve acesso.

A União Europeia utilizará os Grupos Táticos criados em 2007 para constituir esta força de reação de cinco mil soldados.

A força seria integrada por "componentes terrestres, aéreos e marítimos" e dotada de meios de transporte para poder "realizar intervenções de salvamento e evacuação de cidadãos europeus" pegos em conflitos.

Os compromissos militares da UE serão abordados com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quinta-feira durante uma cúpula extraordinária da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).



Após essa reunião extraordinária, será realizada em Bruxelas uma cúpula da UE, dedicada a discutir as consequências da guerra na Ucrânia para a segurança na Europa.

Os EUA destacaram mais de 100 mil soldados e recursos militares significativos na Europa para ajudar a fortalecer as defesas no flanco oriental da Otan.

O custo desse envio pelos países bálticos, Polônia, Romênia, Bulgária e Eslováquia será um dos temas na pauta.

O acordo da UE não inclui metas quantitativas, mas 21 dos países do bloco que também integram a Otan já se comprometeram a dedicar 2% de seus respectivos PIB ao orçamento militar para 2024.

Alemanha, Bélgica e Dinamarca, três países que estão atrasados neste compromisso, anunciaram recentemente fortes incrementos em seus orçamentos militares.

Os europeus também investiram em capacidades em falta atualmente, entre elas drones, tanques, sistemas de defesa antiaéreos e antimísseis.